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Colonialismo foi um erro profundo, admite presidente francês

Ao lado do presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, Macron disse que quer "escrever uma nova página com a África"

Macron e Ouattara: presidente francês disse ser "inadmissível glorificar a colonização", algo que ele "sempre condenou" (Luc Gnago/Reuters)
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AFP

Publicado em 22 de dezembro de 2019 às 09h27.

O presidente francês, Emmanuel Macron , reconheceu que o colonialismo foi "um erro da República", em entrevista coletiva em Abidjan, na companhia do presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.

"Muito frequentemente a França é percebida, hoje, como tendo um olhar de hegemonia e de símbolos de um colonialismo que foi um erro profundo, um erro da República", declarou, convocando a que "se escreva uma nova página com a África".

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"Pertenço a uma geração que não é a da colonização. O continente africano é um continente jovem. Três quartos de seu país não conheceu a colonização", afirmou Macron.

"Às vezes os jovens culpam a França pelos problemas, pelas dificuldades que viveram e contra as quais a França nada pode fazer. Então, sei que às vezes somos o branco designado, [...] Quando é difícil, se diz que 'é a França'", continuou.

Macron concluiu dizendo esperar que "esta África jovem aceite criar com uma nova França uma relação de amizade [...] muito mais frutífera".

Durante sua campanha eleitoral para a Presidência, em fevereiro de 2017, Macron causou polêmica na França, ao declarar a um canal argelino que "a colonização faz parte da história francesa. É um crime de lesa-humanidade".

Na mesma entrevista, considerou que "é inadmissível glorificar a colonização", algo que ele "sempre condenou".

Moeda comum

Durante a visita, Macron anunciou o fim do franco CFA em oito países africanos.

"O Eco sairá em 2020", declarou o presidente francês, citando o nome da moeda comum que substituirá o franco CFA em oito países francófonos na África Ocidental.

Em entrevista coletiva ao lado do presidente anfitrião, que detalhou o acordo entre os oito países (Benin, Burkina Faso, Costa de Marfim, Guiné Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo) e a França, Macron disse se tratar de uma "grande reforma histórica".

Assim terminará a longa história do "franco das colônias francesas da África", criado em 1945 e que se tornou o "franco da Comunidade Financeira Africana" depois de sua independência nos anos 1960.

O franco CFA foi "percebido como um dos vestígios da Françafrique" (termo formado pelas palavras França e África para designar a relação com as antigas colônias), reconheceu Macron, referindo-se às críticas a esta moeda.

Economista de formação, Ouattara afirmou que a reforma inclui, além da mudança de nome, "o fim da centralização de 50% das reservas" dos países no Tesouro francês e a retirada da França dos "órgãos de governo", nos quais estava presente.

Macron se declarou partidário de "construir uma nova relação, ao mesmo tempo apaixonada e simplificada".

O abandono da CFA e esta nova relação podem, segundo ele, mudar a imagem da França.

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