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Colômbia terá três dias de luto nacional por García Márquez

Presidente Juan Manuel Santos decretou luto pela morte do Nobel de Literatura, falecido nesta quinta aos 87 anos

Fãs homenageiam o falecido escritor Gabriel García Márquez, na porta de sua residência na Cidade do México, em 17 de abril de 2014 (Alfredo Estrella/AFP)

Fãs homenageiam o falecido escritor Gabriel García Márquez, na porta de sua residência na Cidade do México, em 17 de abril de 2014 (Alfredo Estrella/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 23h36.

Bogotá - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, decretou três dias de luto nacional pela morte do Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, falecido nesta quinta-feira na Cidade do México, aos 87 anos.

"Como governo e em homenagem à memória de Gabriel García Márquez, decretei luto nacional por três dias e dei ordem para que todas as instituições públicas em nível nacional hasteiem a bandeira a meio pau, como também esperamos que os colombianos façam isso em suas casas", disse Manuel Santos, em um pronunciamento pela televisão.

"A Colômbia inteira está de luto, pois perdemos nosso compatriota mais admirado e mais querido de todos os tempos. Foi, e não exagero em dizê-lo, o colombiano que, em toda a história do nosso país, levou mais longe e mais alto o nome da nossa pátria", acrescentou o presidente, pedindo aos colombianos que rezem por Gabo na Semana Santa.

"Para nós, os colombianos, Gabo não inventou o realismo mágico, e sim foi o melhor expoente de um país que, em si mesmo, é realismo mágico, um país que combina alegria e dor, poesia e conflito", acrescentou Manuela Santos, referindo-se ao estilo literário desenvolvido por García Márquez e imortalizado no clássico "Cem anos de solidão".

O governo também ofereceu apoio logístico à família do escritor Gabriel García Márquez, caso desejem enterrar o Nobel de Literatura em sua terra natal, informou a ministra colombiana da Cultura, Mariana Garcés.

"Não temos notícia, se é vontade de sua família, ou se Gabo se manifestou dessa forma, que fosse enterrado no México, ou na Colômbia, e, dependendo dessas circunstâncias, o presidente (Juan Manuel Santos) se deslocaria para o México, ou, de qualquer modo, o avião presidencial estaria disponível para a família de Gabriel García Márquez", disse Mariana Garcés à imprensa colombiana.

"Uma profunda tristeza nos embarga. O senhor presidente se dirigirá a todos os colombianos às sete da noite de hoje (horário local), e todos os atos em sua homenagem serão em perfeita concordância com Mercedes, Gonzalo e Rodrigo", frisou a ministra, referindo-se à mulher e aos dois filhos de García Márquez.


A ministra declarou ainda que o embaixador da Colômbia no México, José Gabriel Ortiz, esteve "muito próximo da família" de García Márquez nos últimos dias, e que, nesta quinta, o próprio presidente Santos esteve em comunicação por telefone com a família do escritor.

Mais cedo, em sua conta no Twitter, Manuel Santos informou o falecimento de García Márquez, aos 87 anos, assegurando que "os gigantes nunca morrem".

Em 8 de abril, depois de passar oito dias internado por um quadro de pneumonia, García Márquez deixou o Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México. Seu estado ainda inspirava cuidados.

Desde então, o escritor permaneceu sob atenção médica em sua residência na capital mexicana. Segundo sua família, a saúde de "Gabo" era "muito frágil".

Vivendo no México há mais de três décadas, García Márquez passou seus últimos anos afastado da vida pública. Em suas raras aparições, preferiu não dar declarações à imprensa.

A última aparição pública de Gabo foi em 6 de março passado, dia de seu aniversário, quando foi até a porta de sua casa e recebeu as felicitações de jornalistas, amigos e fãs.

Ganhador do Nobel de Literatura de 1982, o colombiano é considerado um dos mais importantes escritores da história da literatura em espanhol.

Ele é autor de alguns dos romances mais aclamados do século XX, como "Ninguém escreve ao coronel" (1961), "Crônica de uma morte anunciada" (1981), "O amor nos tempos do cólera" (1985) e sua obra-prima, "Cem anos de solidão" (1967). Máximo expoente do realismo mágico, esse livro já vendeu mais de 30 milhões de exemplares e foi traduzido para 35 idiomas.

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