Mundo

"Coletes amarelos" convocam novos protestos na França

Uma das manifestações foi convocada para o Castelo de Versalhes, que recebe milhões de turistas a cada ano

"Coletes Amarelos" protestam na França: polícia pediu aos estabelecimentos comerciais parisienses que "mantenham a vigilância" (Benoit Tessier/Reuters)

"Coletes Amarelos" protestam na França: polícia pediu aos estabelecimentos comerciais parisienses que "mantenham a vigilância" (Benoit Tessier/Reuters)

A

AFP

Publicado em 22 de dezembro de 2018 às 10h01.

Os "coletes amarelos" mais determinados, insatisfeitos com as concessões do governo, começaram a protestar na França neste sábado, pela sexta semana consecutiva, mas a mobilização perde força.

Uma das manifestações foi convocada para o Castelo de Versalhes, que fica 20 km ao sudoeste de Paris e recebe milhões de turistas a cada ano. Como precaução, o prefeito do departamento de Yvelines, Jean-Jacques Brot, ordenou o fechamento do local.

Mas durante a manhã de sábado eram observados apenas os caminhões das forças de segurança.

"Espero que não sejamos afetados por este novo dia de protestos. Nós trabalhamos, não podemos parar de viver", criticou um açougueiro, em referência aos atos de vandalismo contra estabelecimentos comerciais de Paris dos sábados anteriores.

No início da manhã, no entanto, a situação era tranquila na capital, com a presença discreta de policiais. A avenida Champs Elysées, epicentro das manifestações anteriores, os cafés e restaurantes se preparavam para receber os clientes.

Na semana passada, no mesmo horário, muitos manifestantes já estavam reunidos na famosa avenida, mas neste sábado apenas um pequeno grupo de "coletes amarelos" estavam no local.

Uma das reivindicações dos manifestantes é o Referendo de Iniciativa Cidadã, que o governo prometeu estudar.

Décima vítima fatal

A polícia pediu aos estabelecimentos comerciais parisienses que "mantenham a vigilância", em um dia muito importante para as compras de Natal.

O ministério do Interior prometeu um "dispositivo de segurança proporcional e adaptado" que privilegie a "mobilidade e a reação", mas não divulgou o número de agentes mobilizados.

Na semana passada, 69.000 integrantes das forças de segurança estavam nas ruas, 8.000 deles em Paris, apoiados por veículos blindados da polícia.

Os blindados estão presentes em cidades como Toulouse (sul) e Bordeaux (sudoeste). Na capital Paris estão em alerta.

Manifestações também estavam previstas em Lyon, Toulouse, Orleans e na Bretanha. Alguns "coletes amarelos" preveem "ações econômicas", incluindo o bloqueio de centros comerciais no último sábado antes do Natal.

A incógnita é o número de participantes. Desde o auge em 17 de novembro, com 282.000 manifestantes, a mobilização não para de cair: em 24 de novembro foram 166.000 pessoas, nos dias 1 e 8 de dezembro 136.000 e na semana passada 66.000 "coletes amarelos".

Centenas de bloqueios dos manifestantes foram desmantelados pelas forças de segurança. O governo exige o fim dos protestos, que deixaram 10 mortos, a maioria em acidentes de trânsito.

A 10ª vítima fatal foi registrada na sexta-feira, quando um motorista bateu em um caminhão que estava parado em um ponto de bloqueio em uma rodovia perto de Perpignan, sul do país.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na semana passada uma série de medidas para reduzir a crise dos "coletes amarelos", algumas delas aprovadas na sexta-feira pelo Parlamento.

Entre as medidas está o fim de um novo imposto para os aposentados que recebem pequenas pensões, a isenção de impostos e contribuições sociais às horas extras e a possibilidade de uma "bônus excepcional" de 1.000 euros livre de impostos para os trabalhadores que ganham menos de 3.600 euros.

Acompanhe tudo sobre:FrançaProtestos no mundo

Mais de Mundo

Quem são os herdeiros de Mike Lynch? Magnata morreu em naufrágio e deixa fortuna de R$ 3,5 bilhões

UE afirma que não reconhecerá presidência de Maduro até verificar atas das eleições

Macron inicia consultas na França para nomear novo governo

Eleição nos EUA: veja datas chave do calendário eleitoral após o fim da Convenção Democrata

Mais na Exame