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Clima e terrorismo dominam debates em Davos

No terceiro dia do Fórum Econômico Mundial, líderes destacaram as mudanças climáticas como um problema prioritário e abordaram o terrorismo


	Logo do Fórum Econômico Mundial é visto na janela do centro de convenções de Davos, na Suíça
 (Christian Hartmann/Reuters)

Logo do Fórum Econômico Mundial é visto na janela do centro de convenções de Davos, na Suíça (Christian Hartmann/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 17h45.

Copenhague - O ano de 2015 é um ano para ação global. Assim o presidente da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, resumiu, nesta sexta-feira (23), a urgência de um acordo climático para frear o aquecimento da Terra.

No terceiro dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, vários líderes destacaram as mudanças climáticas como um problema prioritário a ser enfrentado pelas nações.

Houve consenso entre os debatedores de que é preciso promover desenvolvimento sustentável.

O crescimento precisa ser mais verde e inclusivo”, enfatizou o chefe das Nações Unidas. Ele fez um apelo aos homens de negócios para que façam escolhas sustentáveis e invistam em economias de baixo carbono. O economista sul-coreano e presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, calculou que, com investimentos em transporte limpo e melhores políticas de eficiência energética, “será possível ampliar o crescimento da economia global de US$ 1,8 trilhão a US$ 2,6 trilhões por ano”.

O presidente da França, Francois Hollande, disse que a redução na emissão de gases de efeito estufa é o grande desafio do século XXI.

“O tempo em que a humanidade pensava que poderia ser egoísta e insensível passou. Nós sabemos, hoje, que a Terra não é uma mercadoria, não é uma fonte de renda, é um patrimônio que compartilhamos”, disse Hollande.

Ele enfatizou que as nações precisam alcançar um acordo global na próxima Conferência do Clima (COP 21), em dezembro, em Paris.

O presidente francês agradeceu à comunidade internacional a solidariedade na ocasião dos ataques terroristas em Paris.

“Vai muito além da França. Estamos falando de liberdade, de democracia, da habilidade de vivermos juntos. É o coração da nossa sociedade que esteve sob ataque”, disse.

Ele ressaltou que o terrorismo é financiado pelo movimento ilícito de drogas, dinheiro e pessoas, e que os terroristas estão usando também a internet como  arma de doutrinação, manipulação e confusão.

Hollande pediu às grandes companhias, especialmente as empresas de tecnologia e internet, para que assumam suas responsabilidades na luta contra o terrorismo e contra as mudanças climáticas.

O combate ao terrorismo foi o tema principal do discurso do chefe da diplomacia dos Estados Unidos, John Kerry. Ele afirmou que os países precisam destinar mais recursos à luta contra o extremismo violento, que, segundo ele, não tem relação com o Islamismo.

“Não há base na história, na religião, na ideologia, na humilhação, na psicologia, na política, na desvantagem econômica ou na ambição pessoal que justifique o assassinato de crianças, o sequestro e estupro de adolescentes, a morte de civis desarmados, seja por ideologia ou por falsa crença religiosa”, enfatizou ele, sob aplausos dos presentes.

O primeiro-ministro do Iraque, Hailer al-Abadi, assim como líderes do Irã e do Egito, que se manifestaram durante debates ontem, também defendeu maior união internacional contra o terrorismo e pediu armas e suporte das nações ocidentais. Al-Abadi disse que é preciso buscar um meio de impedir o fluxo de estrangeiros que estão indo para o Iraque a fim de reforçar as fileiras extremistas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, representam o governo brasileiro em Davos. Levy, que participa como palestrante amanhã, em um painel sobre o cenário econômico global, passou a sexta-feira em encontros com investidores e lideranças estratégicas, entre elas o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew; o embaixador do Brasil na Organização Mundial de Comércio, Marcos Galvão, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luiz Alberto Moreno.

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