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Claudia Sheinbaum nomeia experiente policial como ministro da Segurança do México

Este é um dos maiores desafios do novo governo de esquerda do país

A então candidata presidencial do México pelo partido Morena, Claudia Sheinbaum, conversa com apoiadores após o resultado das eleições gerais em um hotel na Cidade do México, em 3 de junho de 2024 (Gerardo Luna/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 5 de julho de 2024 às 08h48.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 08h51.

Claudia Sheinbaum,nova presidente do México, nomeou Omar García Harfuch, um experiente policial que sobreviveu a um atentado de narcotraficantes em 2020, secretário (ministro) de Segurança na quinta-feira, 4.

Gavía Harfuch, de 42 anos, assume um dos maiores desafios do governo de esquerda que iniciará suas funções no próximo 1° de outubro.

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O novo ministro desempenhou o papel de chefe de polícia de Sheinbaum quando ela foi prefeita da Cidade do México, entre 2018 e 2023. Atribui-se a ele uma drástica redução dos homicídios e outros crimes de alto impacto na cidade, onde foi apelidado de "Batman" por apoiadores.

"Neste período, enquanto fui chefe de governo, conseguimos uma diminuição histórica de 50% dos homicídios e 60% dos crimes de alto impacto " na cidade, destacou Sheinbaum ao anunciar a nomeação durante coletiva de imprensa.

A presidente eleita atribui os resultados a uma estratégia que combinou investimento social, melhorias na capacidade de investigação da polícia e maior coordenação entre a corporação e o Ministério Público local, um plano que pretende replicar em nível federal.

García Harfuch, que já ocupou muitos cargos de segurança desde 2008, sofreu um atentado em uma área nobre da capital em 26 de junho de 2020, quando foi baleado no braço e na perna. O funcionário culpou o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), o mais poderoso do país.

No dia do ataque, em um feito inédito, 30 atiradores desceram de um caminhão e atiraram contra a caravana do secretário, matando dois dos seus seguranças e uma transeunte.

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Inteligência

O México, com uma população de 126 milhões de habitantes, soma 450 mil assassinatos e cerca de 100 mil desaparecimentos desde que, no final de 2006, o governo do então presidente conservador Felipe Calderón, que ficou até 2012 no poder, lançou uma polêmica ofensiva militar antidrogas.

Depois da nomeação, o novo secretário anunciou que "as capacidades de inteligência e investigação" serão fortalecidas, um aspecto que, em sua opinião, foi fundamental na Cidade do México (de 9,2 milhões de habitantes), junto com melhorias salariais da polícia.

Ele também apoiou o plano de Sheinbaum de consolidar a Guarda Nacional, corporação com 133 mil agentes efetivos, criada por López Obrador em substituição a uma polícia federal.

A Guarda faz parte da Secretaria de Segurança, mas Sheinbaum planeja deixá-la a cargo do Exército, uma proposta original do atual presidente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que os opositores criticam como uma militarização da segurança cidadã.

Sheinbaum, eleita em 2 de junho por uma maioria esmagadora, promete manter a questionada política de segurança de López Obrador, atacando especificamente as raízes da violência, que ambos dizem ser a pobreza e a desigualdade, ao invés de enfrentar frontalmente os cartéis.

García Harfuch, cuja figura divide o partido governista Morena devido à sua passagem por outros governos, é filho de um funcionário federal de segurança e de uma atriz.

Sheinbaum anunciou outras nomeações nesta quinta. O presidente do Morena, Mario Delgado, será seu secretário de educação, enquanto a atual secretária de segurança, Rosa Icela Rodríguez, irá para o Ministério do Interior.

A presidente eleita também ratificou Ariadna Montiel como secretária do Bem-estar, responsável pelos programas sociais nos quais López Obrador baseia sua popularidade.

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