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Ciganos e africanos são os mais discriminados, diz relatório

Documento também mostra que as "minorias visíveis", ou seja, aquelas diferentes da população, são as que se sentem mais discriminadas

Ciganos no Reino Unido: homens e jovens imigrantes sofrem mais discriminação (Christopher Furlong/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 12h44.

Bruxelas - população de origem africana e os ciganos sofrem discriminação com mais frequência do que as minorias procedentes dos Bálcãs e do Leste Europeu, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA, na sigla em inglês).

O documento assinala que as pessoas pertencentes a "minorias visíveis", ou seja, que têm um aspecto físico diferente do resto da população, se sentem discriminadas com maior frequência e por um número maior de motivos em comparação com as de outras minorias.

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Em particular, a população cigana e a de origem africana têm "mais probabilidade" de sofrer discriminação do que as pessoas procedentes da antiga Iugoslávia, de origem russa e os oriundos da Europa Central e Oriental.

Além disso, as pessoas de "minorias visíveis" são mais frequentemente vítimas de atos de "discriminação múltipla", cujos motivos podem ser a idade, o sexo e a religião.

Os homens jovens imigrantes, por exemplo, tendem a sofrer níveis superiores de tratamento discriminatório, segundo revela uma pesquisa feita pela FRA.


Os resultados mostram que um em cada quatro entrevistados pertencentes a minorias étnicas ou imigrantes da UE afirma ter se sentido discriminado por dois ou mais motivos durante os 12 meses anteriores à enquete.

A pesquisa revelou que 28% dos norte-africanos afirmou ter sofrido discriminação por motivos múltiplos nos últimos meses, contra 18% dos subsaarianos, 16% dos ciganos e 15% dos turcos.

No caso dos imigrantes originais dos Bálcãs ou dos países do centro da Europa, os números ficam abaixo dos 9%.

O fato de pertencer a uma minoria étnica ou de ser imigrante foi o motivo mais habitual de discriminação múltipla apontado pelos entrevistados (93% tanto entre homens como entre mulheres), seguida da religião (72% no caso dos homens e 56% entre as mulheres) e o sexo (24% e 44%, respectivamente).

O relatório também destaca que os fatores socioeconômicos, como um baixo nível de renda, "podem aumentar a experiência de discriminação múltipla".

Neste sentido, o diretor da FRA, Morten Kjaerum, destacou a necessidade de que a legislação europeia introduza o conceito de "discriminação múltipla" para "melhorar a correspondência entre a Justiça e as complexas experiências cotidianas de discriminação sofridas por uma pessoa".

A maioria dos tribunais europeus abordam unicamente um motivo de discriminação por caso, de modo que "fica mais difícil (para as vítimas) apresentar seu caso em um tribunal e receber compensação por vários tipos de discriminação sofridos", assinalou Kjaerum em comunicado.

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