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Cidade americana processa laboratório por crise de drogas de ópio

Segundo o prefeito, o laboratório"ignorou sua responsabilidade de deter o envio do analgésico ao mercado negro

Drogas: a companhia já foi acusada no passado de ter enganado os médicos (Thinkstock)
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AFP

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 10h44.

Uma pequena cidade dos Estados Unidos apresentou na quinta-feira uma demanda contra o laboratório Purdue Pharma, acusado por ela de ajudar a disparar uma crise de opioides que a devastou.

"Há evidências claras de que a Purdue ignorou sua responsabilidade de deter o envio do (analgésico) OxyContin no mercado negro, que impulsionou a crise de heroína que temos em nossas ruas hoje", disse Ray Stephanson, prefeito de Everett, localizada no estado de Washington (oeste).

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"Sua busca por lucros provocou esta epidemia, que levou ao colapso de nosso sistema de emergência e tratamento", acrescentou.

A demanda, a primeira deste tipo, pede que a companhia farmacêutica pague os custos gerados pela crise, assim como danos punitivos.

"Investimos muito dinheiro dos contribuintes para lidar com o impacto do vício em opioides na cidade e sabemos que precisaremos de recursos adicionais substanciais para lidar com a crise que seguirá nos próximos anos", indicou Stephanson.

A companhia já foi acusada no passado de ter enganado os médicos sobre a natureza viciante do OxyContin.

Em 2007, concordou em pagar mais de 600 milhões de dólares para minimizar os riscos de seu popular analgésico.

As autoridades de Everett, que tem uma população de 100.000 habitantes, disseram que a crise afetou famílias de todas as camadas sociais.

O poderoso analgésico foi lançado em 1996 e dois anos depois a companhia divulgou um vídeo promocional de seus efeitos positivos intitulado "I Got My Life Back" (Recuperei minha vida de volta).

Em uma tentativa de frear o abuso, a Purdue lançou em 2010 uma nova versão do medicamento mais difícil de triturar para diluir e injetar, ou para inalar.

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