"As operações cibernéticas dos hackers aumentaram em 2021, antes da invasão" russa na Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, informa o relatório da empresa de segurança digital Mandiant, recentemente comprada pelo Google Cloud (Oliver Nicolaas Ponder / EyeEm/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 11h15.
Os ciberataques russos aumentaram 300% nos países da Otan em 2022, em comparação com 2020, e 250% na Ucrânia, segundo um relatório apresentado pelo Google que ratifica a crescente importância desta arma em conflitos futuros.
"As operações cibernéticas dos hackers aumentaram em 2021, antes da invasão" russa na Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, informa o relatório da empresa de segurança digital Mandiant, recentemente comprada pelo Google Cloud para integrar o Grupo de Análises de Ameaças (TAG) da gigante americana.
"Em 2022, a Rússia aumentou sua meta em 250% em comparação à 2020" na Ucrânia e "mais de 300% durante o mesmo período" nos países da Otan, acrescenta.
A empresa ainda faz um alerta sobre o uso desta estratégia no futuro.
"Está evidente que o ciberespaço terá um papel de destaque nos futuros conflitos armados, apoiando as formas tradicionais de guerra”, advertiram.
Desde o início dos confrontos, tanto Rússia quando Ucrânia fizeram o uso destas estratégias de ciberataque, entre elas, sites hackeados, guerra de informação, sabotagem de infraestruturas críticas e espionagem, embora não tenham parecido influenciar decisivamente os combates.
Os hackers pró-Moscou "utilizaram programas destrutivos para interromper e danificar as capacidades militares e governamentais da Ucrânia", detalha a empresa, citando, inclusive, ataques à infraestrutura civil para minar a confiança dos ucranianos nas instalações nacionais.
"Vimos mais ataques cibernéticos destrutivos na Ucrânia nos primeiros quatro meses de 2022 do que nos oito anos anteriores", constatou o comunicado.
Mandiant reforça que estas operações consistem no roubo de dados, destruição e colaboração em operações de influência, sobretudo para apoiar as ações e a reputação do grupo paramilitar russo Wagner.
Por fim, analisa que o mapa das principais potências mundiais, muitas vezes mais preocupadas com ganhos financeiros, está sendo redesenhado pelo conflito ucraniano e por seus movimentos geopolíticos.