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China se diz flexível em negociação climática na COP 19

Chave para o progresso é fazer com que os países ricos mantenham as promessas de financiar medidas de mitigação feitas a países mais pobres

Gases do efeito estufa: China está disposta a chegar a um acordo, disse o negociador-chefe do país, Xie Zhenhua (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 18h57.

Pequim - A China será "flexível" nas negociações da ONU sobre um novo acordo global de mudança climática, mas a chave para o progresso é fazer com que os países ricos mantenham as promessas de financiar medidas de mitigação feitas a países mais pobres, disse nesta terça-feira a principal autoridade de mudança climática chinesa.

Representantes de mais de 190 países vão se reunir na capital polonesa, Varsóvia, de 11 a 22 de novembro para pressionar por um novo acordo global para reduzir os gases do efeito estufa que aquecem o clima, e que deve entrar em vigor até 2020.

No mês passado, o chefe da mudança climática dos Estados Unidos, Todd Stern, cobrou por uma postura mais flexível sobre um novo pacto que sucederá o Protocolo de Kyoto, dizendo que as nações deveriam poder estabelecer cronogramas e compromissos individuais.

A China está disposta a chegar a um acordo, disse o negociador-chefe do país, Xie Zhenhua, que também é vice-diretor do órgão de planejamento econômico Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional (CRDN).

"Contanto que seja justo, e de acordo com o princípio de ‘responsabilidades comuns, mas diferenciadas', contanto que tenha a concordância de todas as partes, e contanto que seja em cumprimento com acordos já alcançados, temos uma postura muito flexível", disse Xie a repórteres, acrescentando que tinha visto os comentários de Stern.

A China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, que, segundo cientistas, são culpados de provocar a perigosa mudança climática. Os Estados Unidos estão em segundo lugar, seguidos da União Europeia.

Fundos antes de metas

Xie disse que o financiamento é fundamental para resolver as disputas. Até o momento, os países mais ricos não liberaram os fundos prometidos em 2009 para ajudar as nações mais pobres a se adaptarem à mudança climática e a reduzirem suas próprias emissões.


As medidas incluíam fundos "de início rápido" de 30 bilhões de dólares até 2015 e um fundo anual de 100 bilhões de dólares para os países em desenvolvimento até 2020.

Os países em desenvolvimento só seriam obrigados a cumprir as promessas de mudança climática quando recebessem os fundos das nações mais ricas, disse o CRDN em um documento divulgado antes da coletiva de imprensa.

Apesar do atraso das nações industrializadas, alguns países em desenvolvimento, como a China, já agiram, disse Xie.

"Embora os países desenvolvidos não tenham cumprido suas promessas, os países em desenvolvimento tomaram medidas ativas para combater a mudança climática, principalmente a China", disse.

Xie confirmou que três cidades e províncias na China --Pequim, Guangdong e Xangai-- iriam lançar mercados de emissões antes do final do ano, somando ao esquema de negociação de carbono introduzido em Shenzhen em junho.

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Pequim - A China será "flexível" nas negociações da ONU sobre um novo acordo global de mudança climática, mas a chave para o progresso é fazer com que os países ricos mantenham as promessas de financiar medidas de mitigação feitas a países mais pobres, disse nesta terça-feira a principal autoridade de mudança climática chinesa.

Representantes de mais de 190 países vão se reunir na capital polonesa, Varsóvia, de 11 a 22 de novembro para pressionar por um novo acordo global para reduzir os gases do efeito estufa que aquecem o clima, e que deve entrar em vigor até 2020.

No mês passado, o chefe da mudança climática dos Estados Unidos, Todd Stern, cobrou por uma postura mais flexível sobre um novo pacto que sucederá o Protocolo de Kyoto, dizendo que as nações deveriam poder estabelecer cronogramas e compromissos individuais.

A China está disposta a chegar a um acordo, disse o negociador-chefe do país, Xie Zhenhua, que também é vice-diretor do órgão de planejamento econômico Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional (CRDN).

"Contanto que seja justo, e de acordo com o princípio de ‘responsabilidades comuns, mas diferenciadas', contanto que tenha a concordância de todas as partes, e contanto que seja em cumprimento com acordos já alcançados, temos uma postura muito flexível", disse Xie a repórteres, acrescentando que tinha visto os comentários de Stern.

A China é o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, que, segundo cientistas, são culpados de provocar a perigosa mudança climática. Os Estados Unidos estão em segundo lugar, seguidos da União Europeia.

Fundos antes de metas

Xie disse que o financiamento é fundamental para resolver as disputas. Até o momento, os países mais ricos não liberaram os fundos prometidos em 2009 para ajudar as nações mais pobres a se adaptarem à mudança climática e a reduzirem suas próprias emissões.


As medidas incluíam fundos "de início rápido" de 30 bilhões de dólares até 2015 e um fundo anual de 100 bilhões de dólares para os países em desenvolvimento até 2020.

Os países em desenvolvimento só seriam obrigados a cumprir as promessas de mudança climática quando recebessem os fundos das nações mais ricas, disse o CRDN em um documento divulgado antes da coletiva de imprensa.

Apesar do atraso das nações industrializadas, alguns países em desenvolvimento, como a China, já agiram, disse Xie.

"Embora os países desenvolvidos não tenham cumprido suas promessas, os países em desenvolvimento tomaram medidas ativas para combater a mudança climática, principalmente a China", disse.

Xie confirmou que três cidades e províncias na China --Pequim, Guangdong e Xangai-- iriam lançar mercados de emissões antes do final do ano, somando ao esquema de negociação de carbono introduzido em Shenzhen em junho.

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