China pode estar em estágio inicial de crise monetária
Analista prevê "deterioração significativa" de lucros das grandes companhias chinesas
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2011 às 09h11.
São Paulo - Há potencial para declínio entre 20% a 30% do índice Xangai A da Bolsa da China, em um período de 12 a 18 meses, na opinião do presidente da Marketfield Asset Management, Michael Shaoul. O Xangai A mede o preço das ações chinesas para os investidores locais e é negociado atualmente pouco acima do nível do índice Xangai Composto. "Quando se olha China , as duas coisas que se vê são mercado acionário fraco e um mercado imobiliário em que os volumes transacionados estão declinando significativamente. Isso representa os estágios iniciais de uma crise monetária", afirmou, em entrevista à Agência Estado. A gestora norte-americana tem US$ 1 bilhão em ativos administrados.
O analista chama atenção para a velocidade da restrição das condições monetárias no país. Do crescimento da base monetária em 2009, estimado em 30%, hoje a expansão é da ordem de 13%. "Isto representa uma grande diferença nas condições monetárias", disse Shaoul. Ele prevê "deterioração significativa" de lucros das grandes companhias chinesas à frente. "As empresas que não são chinesas devem anunciar uma queda significativa na demanda (consumidora) muito antes que as estatísticas oficiais informem que algo está ocorrendo", avalia.
O índice Xangai Composto encerrou o dia de ontem em 2.348,52 pontos, pouco acima dos 2.344,79 pontos, de segunda-feira, quando atingiu o menor fechamento desde 7 de abril de 2009. O índice Xangai A fechou o dia em 2.460,09 pontos. "A Bolsa da China está em bear market", acrescentou Shaoul. O índice MSCI China registra perdas próximas a 28% em seis meses. Para o executivo, há probabilidade elevada de a economia do gigante asiático experimentar um hard landing (pouso brusco).
Apesar da projeção para o índice chinês, Shaoul avalia que o compromisso entre a França e a Alemanha de fazer tudo que for possível para estabilizar a região do euro e recapitalizar os bancos tem potencial para estabelecer um ponto de inflexão para os mercados acionários. "Há janela para reinvestir", estima. Mas, diante da expectativa para a economia chinesa, o analista vê mais enfraquecimento para as bolsas latino-americanas no índice MSCI Latin America, que acumula perdas de cerca de 24% em seis meses. Antes de cair mais, o índice deve subir em torno de 10%, em parte em função dos mercados locais, mas há mais correção por vir, projeta Shaoul.
Para o Ibovespa, em particular, o executivo vê o índice acionário brasileiro rumando para os 40 mil pontos "em algum momento nos próximos 12 meses". "China tendo um pouso brusco é má notícia para commodities", enfatiza o executivo. Ainda, cita ele, os problemas que a China teve com pressão monetária também são visíveis em grande parte dos países da América Latina.
Em particular, afirma Shaoul, um erro entre os emergentes foi o uso de políticas macroprudenciais, que devem resultar em aperto maior de política monetária do que o esperado. "Nossa percepção, no início do ano, foi de que era hora de começar a retirar investimentos dos principais mercados emergentes". O MSCI Latin America, continua ele, cai mais do que o S&P 500, que recua cerca de 5% no ano. "Não foi surpresa para nós que as moedas emergentes começaram a ficar bastante enfraquecidas nos últimos três meses", disse. O analista avalia que a moeda brasileira continua sobrevalorizada e estima que um valor justo seria um nível de negociação do dólar em torno de R$ 2,00.
São Paulo - Há potencial para declínio entre 20% a 30% do índice Xangai A da Bolsa da China, em um período de 12 a 18 meses, na opinião do presidente da Marketfield Asset Management, Michael Shaoul. O Xangai A mede o preço das ações chinesas para os investidores locais e é negociado atualmente pouco acima do nível do índice Xangai Composto. "Quando se olha China , as duas coisas que se vê são mercado acionário fraco e um mercado imobiliário em que os volumes transacionados estão declinando significativamente. Isso representa os estágios iniciais de uma crise monetária", afirmou, em entrevista à Agência Estado. A gestora norte-americana tem US$ 1 bilhão em ativos administrados.
O analista chama atenção para a velocidade da restrição das condições monetárias no país. Do crescimento da base monetária em 2009, estimado em 30%, hoje a expansão é da ordem de 13%. "Isto representa uma grande diferença nas condições monetárias", disse Shaoul. Ele prevê "deterioração significativa" de lucros das grandes companhias chinesas à frente. "As empresas que não são chinesas devem anunciar uma queda significativa na demanda (consumidora) muito antes que as estatísticas oficiais informem que algo está ocorrendo", avalia.
O índice Xangai Composto encerrou o dia de ontem em 2.348,52 pontos, pouco acima dos 2.344,79 pontos, de segunda-feira, quando atingiu o menor fechamento desde 7 de abril de 2009. O índice Xangai A fechou o dia em 2.460,09 pontos. "A Bolsa da China está em bear market", acrescentou Shaoul. O índice MSCI China registra perdas próximas a 28% em seis meses. Para o executivo, há probabilidade elevada de a economia do gigante asiático experimentar um hard landing (pouso brusco).
Apesar da projeção para o índice chinês, Shaoul avalia que o compromisso entre a França e a Alemanha de fazer tudo que for possível para estabilizar a região do euro e recapitalizar os bancos tem potencial para estabelecer um ponto de inflexão para os mercados acionários. "Há janela para reinvestir", estima. Mas, diante da expectativa para a economia chinesa, o analista vê mais enfraquecimento para as bolsas latino-americanas no índice MSCI Latin America, que acumula perdas de cerca de 24% em seis meses. Antes de cair mais, o índice deve subir em torno de 10%, em parte em função dos mercados locais, mas há mais correção por vir, projeta Shaoul.
Para o Ibovespa, em particular, o executivo vê o índice acionário brasileiro rumando para os 40 mil pontos "em algum momento nos próximos 12 meses". "China tendo um pouso brusco é má notícia para commodities", enfatiza o executivo. Ainda, cita ele, os problemas que a China teve com pressão monetária também são visíveis em grande parte dos países da América Latina.
Em particular, afirma Shaoul, um erro entre os emergentes foi o uso de políticas macroprudenciais, que devem resultar em aperto maior de política monetária do que o esperado. "Nossa percepção, no início do ano, foi de que era hora de começar a retirar investimentos dos principais mercados emergentes". O MSCI Latin America, continua ele, cai mais do que o S&P 500, que recua cerca de 5% no ano. "Não foi surpresa para nós que as moedas emergentes começaram a ficar bastante enfraquecidas nos últimos três meses", disse. O analista avalia que a moeda brasileira continua sobrevalorizada e estima que um valor justo seria um nível de negociação do dólar em torno de R$ 2,00.