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China pede diálogo após EUA designarem Coreia do Norte

Segundo porta-voz, o país espera que "todas as partes envolvidas possam fazer mais para favorecer a diminuição das tensões"

Donald Trump: Coreia do Norte já havia sido incluída nesta lista em 1988 pelo governo de Ronald Reagan (Yuri Gripas/Reuters/Reuters)
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AFP

Publicado em 21 de novembro de 2017 às 14h01.

Última atualização em 21 de novembro de 2017 às 14h01.

A China pediu nesta terça-feira um diálogo para resolver a questão nuclear norte-coreana, depois que o governo dos Estados Unidos voltou a incluir a Coreia do Norte na lista dos "Estados que apoiam o terrorismo".

"Esperamos que todas as partes envolvidas possam fazer mais para favorecer a diminuição das tensões", disse Lu Kang, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

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Lu Kang pediu o "retorno das partes às conversações de paz e que adotem a via correta do diálogo e das negociações para resolver o problema na península".

O presidente americano, Donald Trump, prometeu na segunda-feira que o Departamento do Tesouro endureceria as sanções contra o regime norte-coreano, depois inclusão do país na polêmica lista.

"Os Estados Unidos designam a Coreia do Norte como Estado patrocinador do terrorismo. Isso deveria ter ocorrido há tempos, deveria ter acontecido há anos", afirmou Trump na Casa Branca.

"Além de ameaçar o mundo com a devastação nuclear, a Coreia do Norte apoiou repetidamente atos de terrorismo internacional, incluindo o assassinato em território estrangeiro", completou.

Questionado pela AFP sobre os "assassinatos" que basearam juridicamente a medida, o Departamento de Estado não quis revelar detalhes.

Trump mencionou o caso do estudante americano Otto Warmbier, detido por Pyongyang e que faleceu em junho, pouco depois de ser repatriado em coma.

"O uso de um agente neurotóxico por parte de Pyongyang para matar Kim Jong-Nam, meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-Un, em fevereiro na Malásia, é o exemplo mais evidente dos ataques da Coreia do Norte contra seus dissidentes no exterior", reagiu o especialista em sanções Anthony Ruggiero, do grupo de lobby conservador Foundation for Defense of Democracies.

O secretário de Estado, Rex Tillerson, justificou a volta da Coreia do Norte à lista, mas reafirmou que sua esperança em uma negociação.

"Ainda temos esperança na diplomacia", disse Tillerson, que acrescentou que, no entanto, Washington "continuará fazendo pressão sobre a Coreia do Norte para convencer outros países a adotarem ações por conta própria".

A Coreia do Norte já havia sido incluída nesta lista em 1988 pelo governo de Ronald Reagan por causa da derrubada de um avião sul-coreano no ano anterior, mas foi retirada em 2008, durante a administração de George W. Bush.

Atualmente a lista conta com os outros inimigos dos Estados Unidos: Irã e Síria. Cuba foi retirada em 2015.

Até o momento, Pyongyang ainda não reagiu oficialmente. Japão e Coreia do Sul elogiaram o anúncio do governo de Washington. Vários analistas, no entanto, alertaram para as consequências.

"Pyongyang verá isto como uma declaração de guerra", afirmou à AFP Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul.

"É possível que, como represália, lance em breve um ICBM (míssil balístico intercontinental)".

A inclusão da Coreia do Norte representa a adoção de novas sanções "em apoio à nossa campanha de pressão máxima para isolar esse regime assassino", afirmou o presidente americano.

Após as últimas duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, como resposta aos novos testes balísticos e nucleares, sanções multilaterais mais rígidas foram adotadas contra o regimenorte-coreano. Washington deseja que o restante da comunidade internacional anuncie medidas unilaterais.

O governo americano deseja especialmente que a China, principal apoio econômico de Pyongyang, pare de dar suporte ao país vizinho.

Washington espera que, depois de ficar totalmente isolado, o regime de Kim Jong-Un, submetido a um intenso bloqueio econômico e sob as constantes ameaças militares do presidente americano, acabe aceitando negociar sobre o programa nuclear.

A maioria dos analistas, no entanto, concorda que o regime nunca renunciará à arma atômica.

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