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China impede que família de Liu Xiaobo receba Nobel

Autoridades do país voltaram a afirmar que o vencedor do prêmio é "um delinquente" e não devem libertá-lo para a cerimônia em Oslo, na Noruega

Autoridades dos EUA e da China se reúnem para discutir libertação do Nobel da Paz (Getty Images)

Autoridades dos EUA e da China se reúnem para discutir libertação do Nobel da Paz (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 07h54.

Pequim - As autoridades chinesas proibiram os dois irmãos do prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo de viajar ao exterior para receber a homenagem em nome do dissidente preso, informou nesta terça-feira à Agência Efe o advogado da família, Shang Baojun.

"Os dois irmãos de Liu pediram para viajar, mas as autoridades lhes negaram a permissão", disse Shang, que acrescentou que as autoridades também impedem que ele e outros advogados do escritório saiam do país.

Ambos os irmãos de Liu Xiaobo expressaram no final de outubro a disposição para viajar para Oslo (Noruega) para receber o prêmio no dia 10 de dezembro, já que a esposa do dissidente, a poetisa e fotógrafa Liu Xia, se encontra sob prisão domiciliar desde 8 de outubro, quando se soube que seu marido havia conquistado o prêmio, e não pode sair do país.

No único encontro que teve com Liu Xia após saber da decisão da Academia Nobel, divulgada em 10 de outubro, Liu Xiaobo expressou seu desejo que ela seja sua representante na premiação.

Nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, reiterou a postura do Governo que o agraciado é um delinquente e se recusou a comentar sobre a libertação da dissidente birmanesa e também nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

O advogado da família revelou que as autoridades impediram-no de viajar para Hong Kong no último dia 2 para assistir a uma conferência e que, no dia 9, aconteceu o mesmo com o advogado que lidera seu escritório, Mo Shaoping.

"Não sei quem irá assistir à cerimônia em Oslo, mas sei que há muita gente que não poderá ir. Eu mesmo e o restante dos advogados do escritório não podemos sair do país, apesar de eu ainda não ter perdido a liberdade para me movimentar dentro da China e de me permitirem falar com a imprensa por telefone", afirmou Shang.

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