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China e Estados Unidos intensificam disputa por Taiwan

Embora a divergência entre os países não seja nova, o aumento da tensão sugere um confronto além de palavras

Bombardeiros chineses H-6 entraram na sexta-feira na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan. (Foto/AFP)

Bombardeiros chineses H-6 entraram na sexta-feira na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan. (Foto/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 09h59.

A disputa entre Estados Unidos e China sobre Taiwan tem ganhado forças. Embora a divergência entre os países não seja nova, desenvolvimentos recentes sugerem que eles estão próximos de um confronto que vá para além de palavras. Ao dizer, na semana passada, que os EUA têm um compromisso de ajudar Taiwan caso haja um ataques chinês, o presidente americano Joe Baiden deixou Pequim em estado de alerta.

A China considera Taiwan uma província renegada e prometeu recuperá-la mesmo que à força, caso necessário. Recentemente, tem havido uma onda de atividades militares chinesas perto da ilha. Nesse contexto, Washington e Pequim lançaram novas campanhas de apoio global para suas respectivas posições, cada uma usando a linguagem severa e elevada de soberania e precedente internacional. Nenhum dos países está recuando.

O governo chinês protestou contra a fala de Biden e a administração americana tentou minimizar os comentários. Funcionários da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono disseram que o presidente não pretendia implicar em nenhuma mudança na "política de uma China" dos EUA, que reconhece Pequim, mas permite relações informais e laços de defesa com Taipei.

As autoridades se esforçaram para dizer que o compromisso dos Estados Unidos com Taiwan permanece firme, mas continua a ser guiado por uma política de "ambiguidade estratégica" sobre detalhes militares que fica aquém de um pacto de defesa mútua consagrado no tratado. Desde então, no entanto, o governo aumentou a aposta na frente diplomática.

Nesta quarta-feira, 26, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, instou publicamente outros membros das Nações Unidas a rejeitar a afirmação da China de soberania absoluta sobre Taiwan e se juntar aos EUA no apoio à participação independente de Taipei em organizações internacionais relacionadas a transporte, saúde, mudança climática, cultura e educação.

Além de reclamar dos comentários iniciais de Biden, a China reagiu com raiva a essa discussão, criticando a Casa Branca por fazer "declarações irresponsáveis" que encorajam a independência de Taiwan e exigindo a suspensão dos "contatos oficiais" dos EUA com o governo da ilha.

O vaivém está se desenrolando em um cenário de crescente belicosidade de ambos os lados em relação ao outro, mesmo que eles digam ter interesses comuns em questões que vão do comércio ao clima à Coreia do Norte. As relações caíram para novos níveis desde que despencaram sob a administração de Donald Trump, que adotou uma abordagem de confronto no comércio, vistos, representação diplomática e intercâmbios educacionais.

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