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China confina cidade de 9 milhões de habitantes por surto de covid

Este é o maior confinamento anunciado pela China desde o imposto na metrópole de Xi'an (norte), quando 13 milhões de habitantes foram postos em quarentena no final do ano passado por um mês

Governo chinês luta para conter novo surto de covid-19

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Governo chinês luta para conter novo surto de covid-19 (AFP/AFP)

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Publicado em 11 de março de 2022 às 11h23.

Última atualização em 11 de março de 2022 às 11h25.

Confrontadas ao pior surto epidêmico em dois anos, provocado em grande parte pela variante ômicron do coronavírus, as autoridades da China ordenaram nesta sexta-feira (11) o confinamento dos nove milhões de habitantes da cidade de Changchun, no nordeste do país.

Assim, os habitantes desta cidade terão de permanecer em suas casas e apenas uma pessoa por lar poderá sair uma vez a cada dois dias, informou a prefeitura, que prevê submeter toda a população a testes de detecção da covid.

Este é o maior confinamento anunciado pela China desde o imposto na metrópole de Xi'an (norte), quando 13 milhões de habitantes foram postos em quarentena no final do ano passado por um mês.

A prefeitura ordenou o fechamento de escolas e lojas e a interrupção do transporte público. É proibido sair da cidade, que registrou centenas de casos nos últimos dias.

Changchun, a cidade da "primavera eterna", é a capital da província de Jilin, que faz fronteira com a Coreia do Norte.

A China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez no final de 2019, interrompeu a epidemia rapidamente, na primavera de 2020, adotando medidas de confinamento muito rígidas que afetaram cidades inteiras.

O gigante asiático conseguiu controlar, em grande medida, o avanço dos contágios, chegando a um balanço oficial de pouco mais de 100.000 casos - 4.636 deles fatais - em dois anos.

A variante ômicron provocou, no entanto, surtos localizados. Nas últimas 24 horas, 1.369 casos foram registrados, segundo o Ministério chinês da Saúde.

Trata-se de um valor ainda muito baixo em comparação com o restante do mundo, mas é o mais alto registrado pela China desde a primeira fase da pandemia, no início de 2020.

Desse total, as autoridades registraram 158 casos importados e 814 casos assintomáticos que fazem parte de uma contagem em separado.

Dado o aumento de casos, o país anunciou que vai introduzir pela primeira vez a utilização de testes rápidos de antigênios, que podem ser adquiridos em hospitais, "farmácias, plataformas de vendas online e outros canais".

O pico epidêmico ocorre enquanto em Hong Kong (sul) as infecções estão fora de controle, com hospitais transbordando de pacientes e a população local saqueando supermercados, em pânico, com medo do confinamento.

Na cidade, 73% dos refugiados e requerentes de asilo têm "sérias" dificuldades para se alimentar, pois não conseguiram comprar alimentos entre o final de fevereiro e o início de março, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira pela organização Refugee Concern Network (RCN). "Essa situação sugere que os 14.000 refugiados e requerentes de asilo em Hong Kong estão enfrentando uma situação humanitária catastrófica", disse o RCN em comunicado. Cerca de 120 refugiados participaram do estudo.

Um cientista chinês declarou na semana passada que o país deveria tentar conviver com o vírus e que as autoridades poderiam abandonar sua estratégia de covid zero em "um futuro próximo".

Pouquíssimos chineses foram infectados com a covid e a imunidade coletiva vem quase inteiramente de vacinas fabricadas no país, segundo o especialista Zeng Guang, que considerou que a China seria mais fraca contra o vírus do que os países ocidentais.

No entanto, as autoridades não parecem dispostas a abandonar sua estratégia. "Devemos aperfeiçoar constantemente as medidas" contra a epidemia, disse o primeiro-ministro Li Keqiang durante um discurso aos deputados em 5 de março.

As medidas foram reforçadas em muitas partes do país, como em Xangai, a cidade mais populosa da China (25 milhões de habitantes), onde os alunos devem acompanhar as aulas online.

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