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China aposta no mercado doméstico e expansão da demanda interna em 2026

Plano visa melhorar a situação financeira das famílias, permitindo mais espaço para o consumo de bens e serviços

Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 13h32.

O governo chinês anunciou nesta quinta-feira, 11, que em 2026 dará prioridade à construção de um "forte mercado doméstico" e à expansão da demanda interna, conforme as conclusões da Conferência Central de Trabalho Econômico, um evento anual crucial para o planejamento econômico do país.

O encontro, realizado sob a liderança do presidente Xi Jinping, abordou as principais metas econômicas para o próximo ano fiscal, com foco em impulsionar o consumo interno e lidar com os desafios econômicos atuais.

Durante a conferência, as autoridades chinesas delinearam planos para aumentar a renda das famílias e remover barreiras que limitam o gasto, visando liberar o potencial do consumo de serviços no país.

Xi Jinping e outros membros do governo enfatizaram a necessidade de ajustes para estimular a demanda interna, com medidas que incluiriam reduções de juros e flexibilidade nas políticas de liquidez, como já foi discutido pelo Politburo.

De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, o plano visa melhorar a situação financeira das famílias, permitindo mais espaço para o consumo de bens e serviços. As autoridades também destacaram que as reformas e políticas monetárias serão adotadas de forma flexível e eficiente, com a intenção de manter um crescimento estável e uma recuperação moderada dos preços.

Mercado imobiliário e desafios econômicos

Entre os principais desafios discutidos na conferência está a crise imobiliária que a China enfrenta. O governo chinês identificou a necessidade de estabilizar o mercado imobiliário, reduzir inventários de imóveis não vendidos e expandir a oferta de moradias acessíveis. A crise, que se agravou nas últimas semanas, continua sendo uma preocupação central para a economia chinesa.

Além disso, a conferência destacou a intenção de lidar com a "involução", um fenômeno que descreve a concorrência extrema, especialmente nas guerras de preços e margens cada vez mais estreitas, que resulta em uma demanda interna fraca. A estratégia para reverter esse ciclo inclui apoio à inovação tecnológica e incentivo ao crescimento das pequenas e médias empresas.

Objetivos fiscais e planos monetários

Do ponto de vista fiscal, o governo chinês se comprometeu a manter "disciplinas estritas em matéria financeira" e garantiu que as instituições financeiras deverão aumentar seu apoio à inovação e às empresas menores. A política fiscal também pede aos governos locais que "vivam com austeridade", abordando as dificuldades financeiras regionais enquanto mantêm o equilíbrio orçamentário.

Sobre o câmbio, o documento da conferência reforçou que a China manterá o tipo de câmbio do yuan "basicamente estável", sinalizando um controle rígido sobre a política monetária.

O relatório oficial aponta que, apesar dos "velhos e novos desafios", como a crise imobiliária e a ameaça de deflação, a economia chinesa mantém bases sólidas para um crescimento de longo prazo. A liderança do país demonstrou confiança na capacidade de superar os obstáculos atuais, apostando em um mercado interno mais robusto como alicerce para o futuro.

O plano também indica que o novo modelo de desenvolvimento do setor imobiliário será parte fundamental dessa recuperação, ao lado de reformas em outras áreas-chave da economia.

O governo chinês optou por não divulgar objetivos concretos sobre crescimento, déficit, inflação ou desemprego, aguardando a realização da Assembleia Nacional Popular (ANP) em março de 2026 para definir metas mais específicas.

No entanto, a estratégia apresentada durante a conferência mostra um claro foco em fortalecer o mercado doméstico e a demanda interna, principalmente por meio de estímulos ao consumo e à inovação.

*Com informações da EFE

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