Chile ordena confisco de propriedades e US$ 5,1 milhões de Pinochet
Juízes acataram o recurso de cassação apresentado pelo Conselho de Defesa do Estado após uma sentença da Terceira Sala da Corte de Apelações de Santiago
EFE
Publicado em 23 de junho de 2018 às 15h40.
Santiago do Chile - A Corte Suprema do Chile ordenou o confisco US$ 5,1 milhões e várias propriedades de Augusto Pinochet (1973-1990), no chamado "caso Riggs", relativo às contas secretas que o ex-ditador tinha em bancos no exterior, informaram neste sábado fontes judiciais.
Os juízes acataram o recurso de cassação apresentado pelo Conselho de Defesa do Estado após uma sentença da Terceira Sala da Corte de Apelações de Santiago, que revogou a resolução do então instrutor do caso e juiz especial da Corte Suprema, Manuel Antonio Valderrama.
Segundo o jornal "El Mercurio", o tribunal sustentou que a "subtração de fundos públicos que foi destinada a aumentar ilegitimamente o patrimônio" de Pinochet, mas revogou a decisão de Valderrama, já que a obrigação penal se extingue com a morte do responsável e determinou a devolução de dinheiro e bens à família.
Agora, após a resolução da máxima instância, os juízes Milton Juica (presidente), Lamberto Cisternas, Gloria Ana Chevesich, Andrea Muñoz e Jorge Dahm se reunirão nesta segunda-feira para definir os detalhes do confisco e resolver quais propriedades de Pinochet deverão ser devolvidas ao fisco.
Além disso, o Supremo manterá as penas de primeira instância e que tinham sido revogadas, a quatro anos de liberdade condicional, decretadas contra militares reformados por desvio de verbas públicas.
Todos eles foram acusados de "substrair" fundos que pertenciam ao Orçamento Nacional e que foram repassados às contas de Pinochet para "manutenção da sua família".
Em 2010, um estudo da Universidade do Chile determinou que Pinochet acumulou uma fortuna superior a US$ 21,32 milhões, dos quais US$ 17,86 milhões não tinham uma justificativa contábil.
A investigação judicial foi aberta em 2004, primeiro com a acusação do juiz Sergio Muñoz, depois que uma subcomissão do Senado dos Estados Unidos revelou a existência das contas secretas no banco americano Riggs Bank e em outras entidades financeiras.
Ao morrer, em dezembro de 2006, Pinochet era processado no "caso Riggs" por fraude ao fisco e falsificação de passaportes. EFE