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Chile daria passo à esquerda moderada com volta de Bachelet

Estimulada pelo descontentamento com as políticas sociais do atual governo conservador, candidata tem apoio suficiente para ganhar no primeiro turno

Apoiador de Michelle Bachelet segura um posto com a imagem do ex-presidente socialista Salvador Allende, durante evento em Valparaiso (Eliseo Fernandez/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2013 às 20h58.

Santiago - O Chile se prepara para dar um giro moderado à esquerda na eleição presidencial de domingo, para onde a popular e carismática ex-mandatária Michelle Bachelet se encaminha com a vitória quase no bolso.

Estimulada pelo descontentamento com as políticas sociais do atual governo conservador, a candidata socialista, que representa uma aliança integrada por comunistas a democratas cristãos, tem o apoio suficiente para ganhar no primeiro turno, de acordo com algumas pesquisas.

Mas outros levantamentos não descartam um segundo turno, em que Bachelet teria de voltar à disputa para garantir uma vitória que a converteria na primeira a governar o país pela segunda vez desde o fim da ditadura há 23 anos.

No fim do governo de Sebastián Piñera, a candidata conseguiu conquistar o eleitorado com promessas de ambiciosas reformas para mudar, garante ela, o rosto do Chile, um dos países mais estáveis da América Latina, mas com um abismo entre ricos e pobres.

"O Chile destes anos nos confrontou com a necessidade de aprofundar nossa democracia, tornando-a mais aberta e mais permevável. Também nos demonstrou quão necessário é que façamos as transformações que permitam maiores níveis de igualdade", disse Bachelet a empresários em um recente fórum.

Bachelet, mãe de três filhos, quer ficar na história como a presidente que corrigiu as desigualdades e revolucionou a educação pública, mediante uma milionária reforma tributária que, segundo ela, não terá os mesmos efeitos se não for acompanhada de uma nova Constituição.

Sua ampla reforma tributária pretende arrecadar 8,2 bilhões de dólares adicionais mediante a elevação dos impostos às empresas, "sem a qual se torna inviável considerar o conjunto de transformações propostas", segundo a ex-presidente.


A principal rival de Bachelet será Evelyn Matthei, a candidata do governo, apesar de a ex-mandatária ter ao menos 18 pontos percentuais de vantagem, de acordo com as pesquisas.

A ex-ministra do atual governo garante que o programa de Bachelet não aponta na direção correta e que as propostas de sua rival podem comprometer o crescimento e o emprego.

Matthei, filha de um general de alta patente da ditadura de Augusto Pinochet, não conseguiu subir nas pesquisas depois de surgir no fim de julho como a opção do governo, mas confia que irá ao segundo turno.

Evitar uma "Prorrogação"

Bachelet não está confiante e quase com voz disfônica percorreu o território chileno, convidando a maior quantidade possível de pessoas a votar no domingo. A ideia, admite, é não ir a uma "prorrogação", como no futebol, e, assim, evitar um segundo turno marcado para dezembro.

No domingo será a primeira eleição presidencial no Chile em que o voto não será obrigatório. Para analistas, o pleito será um enigma.

Apesar de o número de eleitores ser de 13,57 milhões, cálculos do Serviço Eleitoral apontam que até 9 milhões de pessoas irão às urnas.

Além disso, pela primeira vez há nove candidatos disputando a Presidência, um número que poderá diluir a captação de votos, embora Bachelet lidere confortavelmente as pesquisas.


Na última pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP), o mais respeitado do país, Bachelet obteve 47 por cento das intenções de voto, enquanto Matthei apareceu com 14 por cento.

O resultado do CEP não inclui votos nulos ou brancos, o que poderá aumentar as chances de Bachelet ganhar no primeiro turno com mais de 50 por cento.

O indepentende Franco Parisi, um liberal que atrai votos do governista Aliança por Chile, ficaria em terceiro lugar, embora nas últimas semanas Marco Enriquez-Ominami, de esquerda, tenha ganhado força.

Eleição Crucial no Congresso

A eleição começará no domingo pouco antes das 8h (9h em Brasília) com a abertura dos centros de votação, que funcionarão até por volta de 18h (19h em Brasília).

Além de escolherem o próximo presidente, os eleitores elegerão senadores, deputados e conselheiros regionais, o que poderá prolongar a votação e a apuração.

Para Bachelet, a primeira mulher a governar o Chile entre 2006 e 2010, serão importantes os resultados da eleição parlamentar porque ela precisaria de uma sólida maioria no Congresso para aprovar as ambiciosas reformas com as quais propõe mudar a cara do país.

Os 120 assentos da Câmara dos Deputados serão renovados nesta eleição, assim como 20 dos 38 postos do Senado.

O primeiro boletim oficial dos resultados será divulgado quando a apuração estiver em 20 por cento ou perto das 19h30 (20h30 em Brasília). O segundo deve sair quando a contagem de votos atingir 60 por cento, ou por volta das 21h15 do domingo.

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Santiago - O Chile se prepara para dar um giro moderado à esquerda na eleição presidencial de domingo, para onde a popular e carismática ex-mandatária Michelle Bachelet se encaminha com a vitória quase no bolso.

Estimulada pelo descontentamento com as políticas sociais do atual governo conservador, a candidata socialista, que representa uma aliança integrada por comunistas a democratas cristãos, tem o apoio suficiente para ganhar no primeiro turno, de acordo com algumas pesquisas.

Mas outros levantamentos não descartam um segundo turno, em que Bachelet teria de voltar à disputa para garantir uma vitória que a converteria na primeira a governar o país pela segunda vez desde o fim da ditadura há 23 anos.

No fim do governo de Sebastián Piñera, a candidata conseguiu conquistar o eleitorado com promessas de ambiciosas reformas para mudar, garante ela, o rosto do Chile, um dos países mais estáveis da América Latina, mas com um abismo entre ricos e pobres.

"O Chile destes anos nos confrontou com a necessidade de aprofundar nossa democracia, tornando-a mais aberta e mais permevável. Também nos demonstrou quão necessário é que façamos as transformações que permitam maiores níveis de igualdade", disse Bachelet a empresários em um recente fórum.

Bachelet, mãe de três filhos, quer ficar na história como a presidente que corrigiu as desigualdades e revolucionou a educação pública, mediante uma milionária reforma tributária que, segundo ela, não terá os mesmos efeitos se não for acompanhada de uma nova Constituição.

Sua ampla reforma tributária pretende arrecadar 8,2 bilhões de dólares adicionais mediante a elevação dos impostos às empresas, "sem a qual se torna inviável considerar o conjunto de transformações propostas", segundo a ex-presidente.


A principal rival de Bachelet será Evelyn Matthei, a candidata do governo, apesar de a ex-mandatária ter ao menos 18 pontos percentuais de vantagem, de acordo com as pesquisas.

A ex-ministra do atual governo garante que o programa de Bachelet não aponta na direção correta e que as propostas de sua rival podem comprometer o crescimento e o emprego.

Matthei, filha de um general de alta patente da ditadura de Augusto Pinochet, não conseguiu subir nas pesquisas depois de surgir no fim de julho como a opção do governo, mas confia que irá ao segundo turno.

Evitar uma "Prorrogação"

Bachelet não está confiante e quase com voz disfônica percorreu o território chileno, convidando a maior quantidade possível de pessoas a votar no domingo. A ideia, admite, é não ir a uma "prorrogação", como no futebol, e, assim, evitar um segundo turno marcado para dezembro.

No domingo será a primeira eleição presidencial no Chile em que o voto não será obrigatório. Para analistas, o pleito será um enigma.

Apesar de o número de eleitores ser de 13,57 milhões, cálculos do Serviço Eleitoral apontam que até 9 milhões de pessoas irão às urnas.

Além disso, pela primeira vez há nove candidatos disputando a Presidência, um número que poderá diluir a captação de votos, embora Bachelet lidere confortavelmente as pesquisas.


Na última pesquisa do Centro de Estudos Públicos (CEP), o mais respeitado do país, Bachelet obteve 47 por cento das intenções de voto, enquanto Matthei apareceu com 14 por cento.

O resultado do CEP não inclui votos nulos ou brancos, o que poderá aumentar as chances de Bachelet ganhar no primeiro turno com mais de 50 por cento.

O indepentende Franco Parisi, um liberal que atrai votos do governista Aliança por Chile, ficaria em terceiro lugar, embora nas últimas semanas Marco Enriquez-Ominami, de esquerda, tenha ganhado força.

Eleição Crucial no Congresso

A eleição começará no domingo pouco antes das 8h (9h em Brasília) com a abertura dos centros de votação, que funcionarão até por volta de 18h (19h em Brasília).

Além de escolherem o próximo presidente, os eleitores elegerão senadores, deputados e conselheiros regionais, o que poderá prolongar a votação e a apuração.

Para Bachelet, a primeira mulher a governar o Chile entre 2006 e 2010, serão importantes os resultados da eleição parlamentar porque ela precisaria de uma sólida maioria no Congresso para aprovar as ambiciosas reformas com as quais propõe mudar a cara do país.

Os 120 assentos da Câmara dos Deputados serão renovados nesta eleição, assim como 20 dos 38 postos do Senado.

O primeiro boletim oficial dos resultados será divulgado quando a apuração estiver em 20 por cento ou perto das 19h30 (20h30 em Brasília). O segundo deve sair quando a contagem de votos atingir 60 por cento, ou por volta das 21h15 do domingo.

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