Chefe do governo de Hong Kong desiste de polêmica lei de extradição
Carrie Lam assumiu responsabilidade pela crise, mas não anunciou sua renúncia, não atendendo uma das principais reivindicações dos manifestantes
EFE
Publicado em 9 de julho de 2019 às 07h13.
Última atualização em 9 de julho de 2019 às 07h35.
Pequim - A chefe do Governo de HongKong , Carrie Lam, deu nesta terça-feira com encerrado o polêmico projeto de lei de extradição, que encontrou forte oposição de diversos setores da sociedade durante o último mês.
"Dou como morto o projeto de lei de extradição", disse a governante, em entrevista coletiva, acrescentando que os trabalhos para desenvolver esta legislação foram "um completo fracasso".
Carrie Lam não deixou claro se a lei é retirada de forma eficaz, conforme exigido pelos opositores, mas sugeriu que o Legislativo não pretende continuar com a sua tramitação.
Além disso, anunciou a criação de um comitê de investigação independente para supervisionar a ação policial durante os protestos que assolaram a cidade durante o mês passado, bem como o estabelecimento de uma plataforma para o diálogo com os oponentes da lei.
"Vou publicar o resultado deste relatório para que todos saibam o que aconteceu durante o último mês, as pessoas que participaram, tanto os manifestantes quanto os policiais, poderão fornecer evidências sobre o que aconteceu", disse.
A chefe do Governo assumiu "total responsabilidade" pela crise, mas não atendeu a uma das principais reivindicações dos manifestantes, que era sua renúncia, e pediu "uma oportunidade, o tempo e o espaço" para devolverHongKongà normalidade.
Assim, é necessário "baixar a tensão", disse Lam, pedindo a participação de "toda a sociedade" nesta jornada rumo à tranquilidade da cidade. "Nossa missão é fazer com que os cidadãos tenham a confiança necessária em nosso governo", acrescentou.
Carrie Lam falou sobre os jovens, protagonistas da última rodada de protestos: "Temos que ouvir as gerações mais jovens e de diferentes setores para saber o que pensam", disse, anunciando em seguida a criação de "uma plataforma para diálogo mais aberto" com universidades e estudantes.
O que aconteceu, reconheceu, "reflete que existem problemas mais profundos que não devemos ignorar", mas "nos colocamos para trabalhar e resolve-los".
Estas palavras de Carrie Lam vêm depois de quase um mês de protestos emHongKong, com vários deles ultrapassando um milhão de participantes, segundo seus organizadores, e que chegaram a um ponto de inflexão na semana passada após a ocupação de um grupo de manifestantes do Conselho Legislativo deHongKong.
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