Mundo

Chefe do governo da Crimeia nega intervenção de russos

Chefe do governo da República Autônoma da Crimeia negou o envio das tropas russas à península


	Homem armado de guarda em frente a aeroporto na Criméia: chefe de governo disse desconhecer os movimentos das tropas russas na península
 (Baz Ratner/Reuters)

Homem armado de guarda em frente a aeroporto na Criméia: chefe de governo disse desconhecer os movimentos das tropas russas na península (Baz Ratner/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 12h42.

Simferopol - O chefe do governo da República Autônoma da Crimeia, Sergei Axinov, negou nesta sexta-feira o envio das tropas russas à península e afirmou que os homens armados que controlam instalações estratégicas são das tropas crimeanas.

"Todos os bloqueios (das unidades militares ucranianas na Crimeia) e a vigilância da ordem pública são feitos com soldados das autodefesas, do Ministério do Interior da Crimeia e dos serviços de segurança", ressaltou Axionov.

Em entrevista coletiva em Simferopol, a dois dias do referendo sobre a incorporação à Rússia, Axionov disse desconhecer os movimentos das tropas russas na península, embora não tenha descartado que "possam estar fazendo manobras" militares.

O governante lembrou que as tropas russas estão presentes na Crimeia desde o século XVIII, quando o território foi conquistado pelo Império Russo.

Sobre a consulta convocada para o próximo domingo, o primeiro-ministro se manifestou absolutamente seguro de que a ampla maioria dos crimeanos se pronunciará a favor da unificação com a Rússia.

"Garanto que a votação será limpa", disse Axionov, que também disse estar convencido de que vencerá a opção da incorporação à Rússia, e não a segunda pergunta que será feita aos crimeanos, sobre se desejam maior autonomia dentro da Ucrânia.

"Segunda-feira teremos outro status", afirmou o chefe do governo pró-russo.


Perguntado sobre que participação é requerida para que o referendo seja legal, Axionov não soube responder e assegurou que "será legal em qualquer caso".

O líder crimeano se mostrou convencido que não haverá provocações durante a jornada do domingo, e ressaltou que "se os observadores da OSCE não vêm, é seu problema. Isso não influirá na votação".

A organização indicou que não enviará observadores dado que considera ilegal o referendo convocado na Crimeia.

Axionov insistiu na postura oficial que "o precedente do Kosovo permite aos crimeanos decidir seu futuro por si mesmos".

E acrescentou que a Crimeia poderá se unir legalmente com a Rússia já a próxima semana, embora o processo político de (re)ingresso na Federação da Rússia levará mais tempo.

Também negou que todos os tártaros vão boicotar o referendo, e disse que conversou com os representantes dessa minoria na Crimeia, que lhe asseguraram que aproximadamente a metade participará da consulta.

Sobre o futuro da Crimeia, disse que "quer ser no futuro uma zona econômica especial, para promover e atrair o turismo, não só procedente da Rússia, mas também do Ocidente".

O primeiro-ministro crimeano garantiu também que as autoridades da península estão "preparadas para todo tipo de contingências", como cortes de luz, água e provisões, quando acontecer sua separação da Ucrânia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo

Com queda de Assad na Síria, Turquia e Israel redefinem jogo de poder no Oriente Médio

MH370: o que se sabe sobre avião desaparecido há 10 anos; Malásia decidiu retomar buscas

Papa celebrará Angelus online e não da janela do Palácio Apostólico por resfriado