Chefe de segurança do Vaticano renuncia após caso de documentos vazados
Guarda-costas do papa Francisco renunciou depois que informações de uma investigação sobre supostas irregularidades financeiras foram vazadas
Reuters
Publicado em 14 de outubro de 2019 às 11h16.
Última atualização em 14 de outubro de 2019 às 12h01.
Domenico Giani, o chefe de segurança do Vaticano e principal guarda-costas do papa Francisco , renunciou nesta segunda-feira (14) devido ao vazamento de informações de uma investigação sobre supostas irregularidades financeiras no Vaticano.
A saída de Giani, de 57 anos, ex-integrante do serviço secreto italiano e que estava no cargo desde 2006, ocorre após uma operação sem precedentes realizada por seus homens em dois departamentos centrais do Vaticano, a Autoridade de Informação Financeira (AIF) e o Secretariado de Estado, em 2 de outubro.
Uma revista italiana publicou uma circular da Gendarmaria do Vaticano, assinada por Domenico Giani em 2 de outubro, exibindo as fotos e os nomes de cinco pessoas sob investigação "suspensas por precaução" de suas funções, endereçadas a funcionários da gendarmeria e dos guardas suíços que monitoram os portões da cidade do Vaticano.
"Esta publicação é prejudicial à dignidade dos envolvidos e à imagem da gendarmeria", disse a Santa Sé, anunciando que o papa aceitou a renúncia de Domenico Giani.
Esse vazamento de documento agora é investigado a pedido do papa.
Francisco descreveu a "disseminação ilícita" de "pecado mortal porque prejudica a dignidade das pessoas e o princípio da presunção de inocência", informou no sábado à noite o diretor de comunicação do Vaticano, Matteo Bruni.
O comandante do Corpo de Gendarmaria do Estado do Vaticano, Domenico Giani, também é o principal guarda-costas do papa.
O homem de 57 anos começou sua carreira no serviço secreto italiano antes de ingressar nas forças de segurança do Vaticano há vinte anos e assumir a liderança em 2006.
O papa recebeu Giani e agradeceu por sua lealdade, além de seu profissionalismo, disse a Santa Sé.
No início de outubro, o Vaticano anunciou a apreensão de documentos nos escritórios da secretaria de Estado (Governo) e da Autoridade de Informações Financeiras no âmbito de uma investigação sobre transações financeiras suspeitas.
A revista italiana L'Expresso revelou, então, que cinco pessoas, incluindo a autoridade antidrogas no.2 e um prelado, foram suspensas como parte da investigação. O jornal publicou a circular da Gendarmeria mostrando os retratos dos cinco suspeitos.
O jornal afirmou que os investigadores estão analisando movimentos financeiros de contas nas quais circulam doações de fiéis feitos à Igreja.
(Com Reuters e AFP)