Exceto pelos Estados Unidos em 1945 no Japão, nenhum país usou armas nucleares no campo de batalha (Yves Herman - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 26 de setembro de 2022 às 15h23.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, reiterou nesta segunda-feira, 26, seu apelo a abolir as armas nucleares depois que a Rússia ameaçou usá-las na guerra da Ucrânia.
"Décadas após a queda do Muro de Berlim, ouvimos o barulho de sabres nucleares novamente", disse Guterres em uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre desarmamento nuclear. "Deixe-me ser claro: a era da chantagem nuclear acabou", disse ele.
"A ideia de que qualquer país pode lutar e vencer uma guerra nuclear é insana. Qualquer uso de uma arma nuclear incitaria um Armagedom humanitário", disse ele. "Sem eliminar as armas nucleares, não pode haver paz", destacou.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, fez ameaças veladas de usar armas nucleares depois que a Ucrânia recapturou o território que Moscou controlava desde a invasão de fevereiro.
Os Estados Unidos disseram à Rússia, inclusive por meio de canais privados, que o uso de armas nucleares teria "consequências catastróficas", segundo o secretário de Estado Antony Blinken.
Guterres expressou sua decepção porque a conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear realizada no mês passado não chegou a um consenso.
A Rússia bloqueou uma resolução depois que o projeto de documento apoiou o controle da usina nuclear de Zaporizhia pela Ucrânia, cuja ocupação por Moscou levantou temores de um grave acidente.
Os Estados Unidos condenaram a posição russa. Mas nenhuma energia nuclear apoiou o tratado da ONU adotado em 2017, que, com o apoio de nações em desenvolvimento, pede uma proibição abrangente de armas nucleares.
Exceto pelos Estados Unidos em 1945 no Japão, nenhum país usou armas nucleares no campo de batalha.
LEIA TAMBÉM:
Mais de 100 detidos em protesto contra mobilização militar na região sudoeste da Rússia
Ucrânia investiga suposta vala comum perto da fronteira com a Rússia