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Chaves para paz: refém do ELN e guerrilheiros são libertados

Com a assinatura do acordo de paz com as Farc, em novembro, o ELN é o último grupo rebelde ativo no conflito colombiano

Odín Sánchez: ánchez, que estava em poder do ELN desde abril passado, e os rebeldes Cobos e Valero, presos há quatro e dois anos, respectivamente, foram entregues a comissões humanitárias (Fredy Builes/Reuters)

Odín Sánchez: ánchez, que estava em poder do ELN desde abril passado, e os rebeldes Cobos e Valero, presos há quatro e dois anos, respectivamente, foram entregues a comissões humanitárias (Fredy Builes/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 18h38.

Um refém do ELN e dois guerrilheiros do ELN presos indultados foram libertados nesta quinta-feira na Colômbia, abrindo a via para a instalação de diálogos de paz na próxima semana para encerrar meio século de conflito armado.

A libertação do ex-congressista Odín Sánchez, retido pelo ELN na floresta do Chocó (noroeste) e dos rebeldes Nixon Cobos e Leivis Valero, reclusos em uma prisão em Santander (nordeste), eram as últimas condições para lançar diálogos com o Exército de Libertação Nacional (ELN).

"Na terça-feira da próxima semana, em Quito, começará a fase pública de conversações entre o governo colombiano e o ELN, a última guerrilha da Colômbia e do continente, o que permitirá alcançar a paz completa", disse o presidente Juan Manuel Santos, ganhador do Nobel da Paz, ao inaugurar a 16ª cúpula destes premiados em Bogotá.

Com a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas), em novembro, o ELN é o último grupo rebelde ativo no conflito colombiano, que em mais de meio século envolveu, além de guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, deixando 260.000 mortos, 60.000 desparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

Sánchez, que estava em poder do ELN desde abril passado, e os rebeldes Cobos e Valero, presos há quatro e dois anos, respectivamente, foram entregues a comissões humanitárias com o acompanhamento do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que facilita as transferências, e ante representantes dos países garantidores dos diálogos e da Igreja Católica.

"Vontade de paz"

O governo confirmou a entrega de Sánchez a uma comissão humanitária às 11H00 locais (14h00 de Brasília).

"Odín Sánchez está neste momento com a comissão humanitária e em minutos partidão de helicóptero para Quibdó", capital do Chocó (noroeste), onde estava retido pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), informou o governo a jornalistas.

Pouco depois, a guerrilha guevarista saudou a saída de seus companheiros da penitenciária Palogordo, no município de Girón.

"Bem-vindos à liberdade, nossos dignos companheiros Nixon e Leivis. Uma vitória do consenso entre As Partes", tuitou a ELN Ranpal, rádio oficial da guerrilha.

"Que esta libertação sirva para que realmente o ELN, nos diálogos que começam na semana que vem no Equador mostre sua vontade de paz que hoje o país celebra de parte das Farc", disse à imprensa o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, no departamento (estado) de Nariño (sudoeste).

Soldado em poder do ELN

O ELN admitiu nesta terça-feira ter capturado no fim de semana passado no departamento de Arauca (leste) o soldado profissional Freddy Ernesto Moreno, um ato considerado "hostil" pelo governo na quarta-feira.

"É uma preocupação nova, infeliz, que o ELN aporta a este processo de negociação porque ao invés de fazer um gesto de paz e desescalada, é um gesto hostil", disse a jornalistas Juan Camilo Restrepo, chefe das negociações com o ELN.

"Este é um fato que altera as coisas e naturalmente vamos trazer nas primeiras trocas da mesa sua pronta libertação, junto com a de qualquer outro refém que o ELN possa ter", acrescentou.

Antes de ser entregue, Sánchez, de 61 anos, que foi trocado há dez meses por seu irmão, Patrocino, gravemente doente após seu cativeiro, iniciado em agosto de 2013, declarou a emissoras locais de rádio que goza de invejável saúde mental, embora possa ter que se submeter a alguma cirurgia.

Os militantes do ELN, Cobos, de 29 anos, e Valero, de 31, estão mal de saúde, informou no Twitter a delegação de paz da guerrilha.

As conversas com o ELN, cuja primeira rodada está prevista em Quito a partir de 7 de fevereiro, depois de mais de três anos de aproximações secretas, contam com seis países avalistas: Brasil, Equador, Cuba, Chile, Noruega e Venezuela.

As negociações deveriam ter começado no fim de outubro passado, mas ficaram em suspenso pela exigência de Santos de que Sánchez fosse entregue.

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