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Chapa de Kirchner impõe dura derrota a Macri nas primárias da Argentina

Com 80,35% das urnas apuradas, Alberto Fernández e Cristina Kirchner tiveram vantagem de quase 15 pontos percentuais sobre Macri

Comemoração: Apoiadores do candidato Alberto Fernandez comemoram resultados das primárias em Buenos Aires (Agustin Marcarian/Reuters)
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EFE

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 06h24.

Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 11h01.

Buenos Aires — A chapa da Frente de Todos, formada por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner , impôs uma dura derrota ao presidente da Argentina, Mauricio Macri , nas eleições primárias realizadas neste domingo, de acordo com os resultados provisórios divulgados pelo Ministério do Interior.

Com 80,35% das urnas apuradas, Fernández e Cristina, candidata à vice-presidência, obtiveram 47,1% dos votos, uma vantagem de quase 15 pontos percentuais para Macri, da coalizão Juntos pela Mudança, que tem 32,48%. Na terceira posição vem o ex-ministro Roberto Lavagna, do Consenso Federal, com 8,41%.

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Como as principais coligações já definiram suas chapas para a eleição presidencial, as primárias servem como um teste para o primeiro turno do pleito, marcado para ocorrer no próximo dia 27 de outubro. Ficarão de fora da disputa pela Casa Rosada os candidatos que não conseguirem hoje 1,5% dos votos.

Além das três candidaturas citadas, estão superando a barreira Nicolás del Caño, representante da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, com 2,86% dos votos, e Juan Goméz Centuríon, da Frente Nos, com 2,24%. As outras dez coalizões e partidos que apresentaram chapa estariam, por enquanto, de fora das eleições gerais.

Nestas primárias, os argentinos também votaram para governador. Na província de Buenos Aires, que concentra 37% do eleitorado do país, o kirchnerista Alex Kicillof venceu com 49,2% dos votos, segundo os resultados provisórios, superando com folga a governista María Eugenia Vidal, que tenta a reeleição, e ficou com 32,7%.

O presidente da Argentina , Mauricio Macri, reconheceu derrota nas eleições primárias.

"Tivemos uma eleição ruim e isso nos obriga, a partir de amanhã, a redobrar os esforços para que em outubro consigamos o apoio necessário para continuar com a mudança", disse Macri em um breve pronunciamento no comitê de campanha da Juntos pela Mudança.

"Claramente estamos dando tudo pelo nosso querido país. Dói que hoje não tenhamos tido todo o apoio que esperávamos, mas, a partir de manhã, todos somos mais responsáveis que este país vá em frente. Portanto, é dormir e recomeçar a trabalhar amanhã de manhã", disse Macri para seus simpatizantes.

O presidente estava cercado por aliados, entre eles a governadora da província de Buenos Aires, María Eugenia Vidal, e o prefeito da capital, Horacio Rodríguez Larreta. Ambos tentam a reeleição. Vidal, porém, também sofreu uma derrota similar para o kirchnerista Alex Kicillof. Já Larreta foi o mais votado na cidade de Buenos Aires.

No discurso, Macri ressaltou que os argentinos estão decidindo nestas eleições os próximos 30 anos da Argentina e pediu que a opção seja por uma candidatura que fortaleça ainda mais a democracia.

O candidato da Juntos pela Mudança reconheceu que o país vive tempos difíceis, em uma clara referência à crise econômica iniciada em abril do ano passado por uma abrupta desvalorização do peso, mas disse que, junto com a população, pode fazer mais e retirar a Argentina dessa situação se for reeleito.

"Estou aqui para ajudá-los, estou aqui porque amo este país e porque acredito em cada um dos senhores e no que juntos todos podemos fazer. É muito importante que todos sigamos dialogando neste país e tentando explicar ao mundo o que é que queremos. Isolados do mundo nós não temos futuro", afirmou Macri.

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