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Chanceleres de Brasil, Colômbia e México cogitam ir à Venezuela para dialogar com Maduro e González

Três países querem uma negociação direta entre governo e oposição, mas sem participação de María Corina Machado

Mauro VIeira, ministro das Relações Exteriores do Brasil (Lula Marques/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 19h28.

Após conversas sobre a crise na Venezuela, os chanceleres de Brasil (Mauro Vieira), Colômbia (Luis Gilberto Murillo) e México (Alicia Bárcena) cogitam ir a Caracas nos próximos dias para tentar negociar uma saída para a grave crise política do país.

Segundo interlocutores do governo brasileiro, os três países querem que as negociações para um acordo pacífico sejam feitas diretamente com Nicolás Maduro , presidente considerado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e Edmundo González, que diz ter vencido o pleito e estar respaldado por atas eleitorais recolhidas pela oposição.

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Para que o diálogo avance, a ideia é iniciar o diálogo sem a participação da principal líder da oposição, María Corina Machado.

Depois das eleições do último domingo, assim que CNE anunciou a vitória de Maduro, a oposição reagiu, afirmando que González, um diplomata, foi o grande vitorioso.

A mobilização dos três países foi um dos pontos discutidos, na tarde da última quinta-feira, em uma conversa telefônica que durou cerca de uma hora entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, o colombiano Gustavo Petro e o mexicano Andrés Manuel López Obrador.

A avaliação é que, desabilitada pela Justiça do país para disputar a eleição, em que era favorita, María Corina jamais seria recebida em uma mesa de negociações pelos chavistas. Ela tem sido chamada de representante da extrema-direita por Maduro.

Segundo fontes da diplomacia, caberá ao México fazer a aproximação para constituir a mesa de diálogo. Obrador foi o primeiro a criticar a posição do Estados Unidos, que afirmaram que a eleição de Maduro foi fraudulenta e que González venceu a disputa. Isso o aproximou mais do regime venezuelano, sob o ponto de vista político.

Costa Rica e Equador seguiram os EUA — os chanceleres da Argentina e Uruguai também se mostraram a favor de González, mas oficialmente os dois países não se manifestaram. Já Brasil e Colômbia se mantêm em silêncio, diante da complexidade da situação.

Na conversa, os presidentes latino-americanos também decidiram intensificar as pressões sobre as autoridades venezuelanas para que sejam divulgados o quanto antes os boletins de urna que comprovem, oficialmente e com imparcialidade, o resultado da votação. Como mostrou O GLOBO, quarta-feira passada, o governo brasileiro não aceitará apurações paralelas para tomar uma decisão.

Após o telefonema, os três países divulgaram uma nota, com um apelo para que as atas eleitorais sejam divulgadas o quanto antes. O texto também mostra preocupação com a escalada da violência na Venezuela, que já causa mortes e prisões de opositores de Maduro .

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