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Chanceler venezuelano chama John Kerry de assassino

Elías Jaua responsabilizou diretamente o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, de ser assassino do povo venezuelano


	O chanceler venezuelano, Elías Jaua: " denunciamos o senhor como assassino do povo venezuelano, o senhor Kerry"
 (Afp.com / Leo Ramirez)

O chanceler venezuelano, Elías Jaua: " denunciamos o senhor como assassino do povo venezuelano, o senhor Kerry" (Afp.com / Leo Ramirez)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 14h44.

Caracas - O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, responsabilizou nesta sexta-feira diretamente o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, de ser o "principal encorajador da violência" na Venezuela e o chamou de "assassino do povo venezuelano".

"Não vamos descer o tom, denunciamos o senhor como assassino do povo venezuelano, o senhor Kerry, não vamos descer o tom a nenhum império até que os senhores ordenem a seus lacaios na Venezuela acabar com a violência contra o povo", disse Jaua em um ato em homenagem ao falecido presidente Hugo Chávez.

Segundo o chanceler, Kerry é "o principal encorajador da violência na Venezuela porque cada vez que estamos a ponto de isolar e reduzir os violentos o senhor Kerry aparece e imediatamente voltam a surgir as barricadas nos principais focos da violência".

"Kerry fez uma declaração na quarta-feira e à noite tivemos mais mortos, incluindo um capitão da Guarda Nacional", acrescentou.

"Denunciamos Kerry para todo o mundo, o senhor encoraja a violência na Venezuela, e vamos denunciá-lo em todos os espaços do mundo; ao senhor, que sente tanto que falemos em voz alta, como me disse na Guatemala", afirmou.

O chanceler venezuelano ressaltou que a Venezuela foi submetida "a um ataque e a uma agressão imperialista com suas expressões locais: os grupos fascistas", aos quais responsabilizou pela morte de "25 companheiros e companheiras" nos protestos contra o governo que acontecem há um mês.

Segundo dados da promotoria, os protestos na Venezuela deixaram 28 mortos e mais de 350 feridos.


"Graças à consciência política, a vocação para a paz do povo venezuelano evitamos uma guerra civil, mas dentro dessa vontade e essa consciência é preciso destacar o papel da Guarda Nacional ", acrescentou Jaua.

O ministro das Relações Exteriores, que acaba de retornar de um périplo por vários países e da reunião de chanceleres da União de Nações Sul-americanas (Unasul) em Santiago do Chile, destacou o apoio internacional ao governo de Nicolás Maduro.

Nesse sentido, ressaltou como funcionaram "os anéis de proteção" que Hugo Chávez elaborou para o "processo democrático" na Venezuela, ao lembrar que China e Rússia respaldaram a soberania e a democracia do país e também lembrou o apoio dos países da região na Organização dos Estados Americanos (OEA).

Kerry afirmou nesta quinta-feira que os Estados Unidos continuam com seus esforços diplomáticos para conseguir que Maduro pare sua "campanha de terror contra seu próprio povo" e na quarta-feira indicou que se reservam ao direito de impor sanções à Venezuela ou invocar a Carta Democrática Interamericana da OEA.

Na quarta-feira três pessoas morreram baleadas em Valência, o que o governo atribuiu a "franco-atiradores" de grupos fascistas, e no resto do país se repetiram protestos violentos no fim de manifestações pacíficas em várias cidades.

As relações entre Estados Unidos e Venezuela estão em queda livre desde que em 2010 os países ficaram sem embaixadores.

O governo de Maduro culpou reiteradamente Washington de estar por trás dos protestos no país e de um golpe de Estado que acredita estar em andamento, e no último ano expulsou oito diplomatas americanos em atos que foram respondidos de forma semelhante pelos Estados Unidos.

Apesar disso, Maduro anunciou no último dia 25 a indicação de Maximilien Sánchez Arveláiz para embaixador em Washington para "fortalecer" a capacidade de diálogo com a administração de Barack Obama.

*Atualizada às 14h43 do dia 14/03/2014

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