Assange: australiano teme deixar embaixada, ser detido e extraditado para os EUA por ter divulgado informações oficiais do país (Peter Nicholls/File Photo/Reuters)
AFP
Publicado em 20 de junho de 2018 às 20h42.
O novo chanceler do Equador, José Valencia, disse nesta quarta-feira (20) que o asilo do criador do WikiLeaks, Julian Assange, na embaixada equatoriana em Londres não pode durar anos, e que por isso é preciso buscar uma saída para a sua situação.
"O Equador busca uma solução para este problema, sim, porque a princípio um asilo não é eterno, não se pode pensar em um asilo que dure por anos e que não haja um determinado ponto em que essa situação seja revista porque isso também viola os direitos do asilado", manifestou o diplomata ao canal equatoriano Ecuavisa.
Assange, de 46 anos, pediu asilo em 2012 na missão equatoriana em Londres para evitar ser entregue para a Suécia, que pedia sua extradição para que respondesse por supostos crimes sexuais, que ele nega.
O australiano, que nesse mesmo ano recebeu asilo do Equador, teme deixar a embaixada, ser detido e acabar extraditado para os Estados Unidos por ter divulgado informações oficiais sigilosas desse país.
A Justiça sueca arquivou a acusação de estupro, mas um tribunal de Londres rejeitou em fevereiro a anulação do mandado de prisão contra Assange, considerando que o australiano não respeitou as condições de sua liberdade sob fiança.
Valencia, que substituiu há pouco tempo a chanceler María Fernanda Espinosa - que em dezembro anunciou que Quito concedeu nacionalidade equatoriana a Assange-, disse que seu país deve "honrar (...) os direitos que ele tem de estar dentro da embaixada".