'Chamar negro de macaco não é humor', diz Bruno Mazzeo
Ator se pronunciou nesta manhã sobre caso ocorrido em espétaculo em SP
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2012 às 19h38.
São Paulo - Depois da falta de graça do comediante Rafinha Bastos no ano passado, que, entre outras coisas, disse que "comeria" a cantora Wanessa, então grávida, e seu filho, 2012 já tem um caso de falso humor para debater.
Na última segunda-feira, um espetáculo chamado Proibidão, na Kitsch Club, em São Paulo, terminou com a chegada da polícia, chamada por um músico que se sentiu ofendido por uma “piada” racista.
Raphael Henrique, integrante da banda responsável pelas vinhetas tocadas entre uma apresentação e outra, diz ter se sentido ofendido quando o humorista Felipe Hamachi disse, durante uma piada, que não se pega aids em relações sexuais com macacos, olhando em seguida para ele, que é negro.
A premissa do show de humor era que ninguém se ofendesse com as piadas. Antes de entrar, os espectadores eram obrigados a assinar um termo de compromisso dizendo que não se sentiriam ofendidos durante o show. Os músicos da banda, no entanto, não tiveram de assinar o termo.
O assunto desentocou o humorista global Bruno Mazzeo, que evita se pronunciar sobre temas do tipo. Na manhã desta sexta-feira, ele escreveu no Facebook uma crítica sobre o ocorrido. "Há muito tempo eu vivi calado, mas agora resolvi falar. Os caras do stand up são muito unidos, tanto na hora de falar o que quiserem, como na hora de se revoltar quando sofrem críticas. O termo ‘politicamente incorreto’ virou salvo conduto para se acharem no direito de falar qualquer coisa", escreveu.
"E, quando criticados, se unem para dizer que há censura. Não há. Censura é não poder falar. E todos eles podem falar o que bem entenderem, tanto que andam fazendo isso, aqui e ali, em bares e no Twitter. Desculpem-me todos, mas chamar um negro de 'macaco', como fez o rapaz semana passada em Sampa, o que gerou até polícia, não tem nada a ver com humor.”
Segundo Mazzeo, o tipo de piada feita por Felipe Hamachi não tem crítica, como “necessita” o humor. “Não tem graça, como necessita mais ainda o humor. É apenas agressividade. Como foi com a piadinha de Auschwitz tempos atrás. Como são todas as (mesmas de sempre) que vivem fazendo com Preta Gil, por exemplo. Se eu mandar meu síndico 'tomar no **', não estarei sendo politicamente incorreto. Estarei apenas sendo mal educado."
Por outro lado... - Rafinha Bastos não gostou do que Mazzeo escreveu. Em um post publicado no Facebook, caçoou do título comediante dado ao ator e disse ainda que o texto do colega "atenta contra a profissão" de ambos e que o caso ocorrido no Proibidão precisa de "análise sobre a questão da liberdade de expressão". "Não julgo se a piada foi boa, ou não. Piadas precisam de contexto e só quem tem isso é quem estava no local, mas venho aqui dar o meu apoio ao comediante Felipe Hamachi. Acerte, erre, mas não seja Bruno Mazzeo, digo, b*dão", escreveu Bastos.
São Paulo - Depois da falta de graça do comediante Rafinha Bastos no ano passado, que, entre outras coisas, disse que "comeria" a cantora Wanessa, então grávida, e seu filho, 2012 já tem um caso de falso humor para debater.
Na última segunda-feira, um espetáculo chamado Proibidão, na Kitsch Club, em São Paulo, terminou com a chegada da polícia, chamada por um músico que se sentiu ofendido por uma “piada” racista.
Raphael Henrique, integrante da banda responsável pelas vinhetas tocadas entre uma apresentação e outra, diz ter se sentido ofendido quando o humorista Felipe Hamachi disse, durante uma piada, que não se pega aids em relações sexuais com macacos, olhando em seguida para ele, que é negro.
A premissa do show de humor era que ninguém se ofendesse com as piadas. Antes de entrar, os espectadores eram obrigados a assinar um termo de compromisso dizendo que não se sentiriam ofendidos durante o show. Os músicos da banda, no entanto, não tiveram de assinar o termo.
O assunto desentocou o humorista global Bruno Mazzeo, que evita se pronunciar sobre temas do tipo. Na manhã desta sexta-feira, ele escreveu no Facebook uma crítica sobre o ocorrido. "Há muito tempo eu vivi calado, mas agora resolvi falar. Os caras do stand up são muito unidos, tanto na hora de falar o que quiserem, como na hora de se revoltar quando sofrem críticas. O termo ‘politicamente incorreto’ virou salvo conduto para se acharem no direito de falar qualquer coisa", escreveu.
"E, quando criticados, se unem para dizer que há censura. Não há. Censura é não poder falar. E todos eles podem falar o que bem entenderem, tanto que andam fazendo isso, aqui e ali, em bares e no Twitter. Desculpem-me todos, mas chamar um negro de 'macaco', como fez o rapaz semana passada em Sampa, o que gerou até polícia, não tem nada a ver com humor.”
Segundo Mazzeo, o tipo de piada feita por Felipe Hamachi não tem crítica, como “necessita” o humor. “Não tem graça, como necessita mais ainda o humor. É apenas agressividade. Como foi com a piadinha de Auschwitz tempos atrás. Como são todas as (mesmas de sempre) que vivem fazendo com Preta Gil, por exemplo. Se eu mandar meu síndico 'tomar no **', não estarei sendo politicamente incorreto. Estarei apenas sendo mal educado."
Por outro lado... - Rafinha Bastos não gostou do que Mazzeo escreveu. Em um post publicado no Facebook, caçoou do título comediante dado ao ator e disse ainda que o texto do colega "atenta contra a profissão" de ambos e que o caso ocorrido no Proibidão precisa de "análise sobre a questão da liberdade de expressão". "Não julgo se a piada foi boa, ou não. Piadas precisam de contexto e só quem tem isso é quem estava no local, mas venho aqui dar o meu apoio ao comediante Felipe Hamachi. Acerte, erre, mas não seja Bruno Mazzeo, digo, b*dão", escreveu Bastos.