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Cérebro de ataques de Paris se escondeu 4 dias em rodovia

Abdelhamid Abaaoud se refugiou sob uma valeta da estrada A86, na altura da cidade de Aubervilliers, na região metropolitana, apenas horas depois do início dos ataques do dia 13 de novembro.

Café La Bonne Biere, onde aconteceu um dos atentados terroristas em Paris. (Charles Platiau/ Reuters/Reuters)

Café La Bonne Biere, onde aconteceu um dos atentados terroristas em Paris. (Charles Platiau/ Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2015 às 08h28.

Paris - O belga de origem marroquina Abdelhamid Abaaoud, considerado o cérebro dos atentados jihadistas de Paris de 13 de novembro, se escondeu por quatro dias no meio do mato após esses ataques, revelou neste domingo o jornal "Le Parisien".

Abaaoud se refugiou sob uma valeta da estrada A86, na altura da cidade de Aubervilliers, na região metropolitana, apenas horas depois do início dos ataques, e a polícia só começou a seguir sua pista no dia 16, graças a um testemunho.

Os investigadores, que instalaram uma câmera na área, reconheceram também que sua prima Hasna Aitboulahcen, se aproximou desse esconderijo. Ela morreu junto com Abaaoud e um terceiro homem ainda não identificado durante a operação policial da madrugada do dia 18 no apartamento de Saint-Denis em que haviam entrincheirado.

Mas um dia antes, os agentes receberam a ordem de não intervir, porque Abaaoud levava um colete fechado que suspeitavam estar carregado de explosivos e porque a polícia pretendia conduzi-lo a possíveis cúmplices.

A operação policial descobriu o apartamento de Saint Denis após seguir o táxi que os três pegaram, e que os deixou na porta do edifício às 21h14 do dia 17, horas antes da ação que deixou três mortos e oito detidos.

O "Le Parisien" acrescentou que os dois comandos que atacaram a casa de shows do Bataclan e diversos bares de Paris estavam em contato com um ou vários interlocutores na Bélgica, e que mandaram uma mensagem de texto para avisá-los que iniciariam os ataques.

Os policiais ainda descobriram que Jawad Bendaoud, o homem que emprestou seu apartamento aos jihadistas em Saint-Denis, também esteve em contato dez dias antes dos atentados com uma linha belga, cujo usuário saiu de Bruxelas dia 13, e que após ir para Saint Denis se movimentou pela região dos ataques.

O jornal revelou ainda que Salah Abdeslam, que tem uma ordem de busca e captura por sua suposta participação no massacre, seria o "décimo" jihadista envolvido, e ameaçou explodir o carro que o levou à Bélgica se o motorista e o carona não o levassem a Bruxelas.

O veículo, segundo o relato de uma dessas duas pessoas, ambas detidas e acusadas de "assassinato terrorista e participação em atividades de uma organização terrorista", passou por três controles ainda na França.

A polícia pediu os documentos dos ocupantes no segundo controle, e no terceiro Abdeslam chegou a dar seu verdadeiro endereço, no conflituoso distrito de Molenbeek, em Bruxelas, mas nesse momento ele ainda não era procurado.

O ministro de Justiça belga, Koen Geens, admitiu nesta quarta-feira que Abdeslam poderia ter estado em uma casa em Molenbeek dois dias depois dos ataques, e que a polícia não pôde intervir por estar de noite. EFE

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