Célula preparava explosivos para atacar a Sagrada Família
Estes dados foram obtidos do depoimento dado à polícia catalã pelo suposto terrorista que ficou ferido na explosão da casa de Alcanar
EFE
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 15h52.
Madri - Os autores dos atentados da Catalunha da semana passada planejavam atentar contra a Sagrada Família e outros monumentos e igrejas de Barcelona , informaram nesta quarta-feira fontes jurídicas.
Estes dados foram obtidos do depoimento dado à polícia catalã pelo suposto terrorista que ficou ferido na explosão da casa de Alcanar, na província de Tarragona, onde os jihadistas manipulavam os explosivos para os atentados.
Segundo as fontes, Mohammed Houli Chemlal, atualmente em prisão provisória, afirmou que os membros da célula jihadista lhe tinham advertido que os explosivos para cometer esses atentados ainda não estavam prontos, uma vez que precisavam secar.
Uma vez secos, seriam levados a caminhonetes para fazê-los explodir em várias igrejas, além de terem mencionado o templo da Sagrada Família como um dos alvos, já que é o monumento mais conhecido de Barcelona.
O detido afirmou aos agentes, e ontem ratificou perante o juiz, que os jihadistas lhe disseram que, segundo o islã, destruir monumentos estava correto e lhe convenceram que, como era o mais ignorante de todos em matéria religiosa, não sabia que cometer atentados era algo bom.
Este testemunho e outros indícios fizeram a polícia regional da Catalunha suspeitar que o grupo cometeria atentados de maior envergadura de forma iminente.
Segundo descrevem os especialistas, o explosivo que fabricavam em Alcanar, triperóxido de triacetona (TATP), pode ser deixado para secar durante algumas horas para convertê-lo em pó e torná-lo mais potente, mas também mais instável.
Uma vez seco, deve ser utilizado em poucas semanas, já que vai perdendo força explosiva.
O TATP, conhecido como "mãe de Satã" e muito usado pela organização terrorista Estado Islâmico (EI), pode ser fabricado com materiais relativamente acessíveis, como ácido sulfúrico, água oxigenada e acetona.
Segundo apontam os especialistas na luta antiterrorista, o calor pode ter sido o fator-chave para que explodissem na quarta-feira passada na casa de Alcanar onde era manipulado.