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O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) lançou na quinta-feira (10) o seu novo Núcleo de Economia Política em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O primeiro evento do novo Núcleo foi um debate sobre “O liberalismo radical e a necessidade de alternativas”, realizado junto com Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp.
Participaram também do debate o presidente do Conselho Curador do CEBRI e ex-presidente do BNDES, José Pio Borges, o Conselheiro André Lara Resende e os Senior Fellows Leonardo Burlamaqui e Rogério Studart.
“O que estamos vendo surgir como alternativa ao liberalismo radical são governos autocráticos e populistas”, declarou o presidente da Fiesp
Segundo o presidente da Fiesp, “o liberalismo radical foi evoluindo, mas foi se radicalizando tanto à direita quanto à esquerda. No caso da direita, com o Estado mínimo e, à esquerda com a liberalização e o indivíduo se sobrepondo ao coletivo. O que estamos vendo surgir como alternativa ao liberalismo radical são governos autocráticos e populistas e isso não nos interessa".
Gomes da Silva propôs o debate de alternativas para “salvar o liberalismo dele próprio”.
Por sua vez, Rogério Studart destacou como o liberalismo radical impactou o Brasil.
“É um caso extremo, onde o liberalismo econômico radical causou mais impacto. Houve queda de investimentos, especialmente em infraestrutura e tecnologia. O país viu crescer a fome, a insegurança sanitária e energética. O desmatamento e a destruição ambiental, além de uma inserção internacional manca, também são consequências de algumas manifestações recentes deste modelo", salientou Studart.
Para ele, o futuro do Brasil é preocupante. Uma opinião compartilhada com o líder do Núcleo de Economia Política do CEBRI, André Lara Resende.
“Preocupa a capacidade de pensar a retomada e crescimento, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável”, afirmou. “A necessidade de alternativas é evidente. O Brasil fracassou no combate às desigualdades, na questão ambiental e na saúde. O declínio econômico foi um entrave para o sucesso do liberalismo no país”, acrescentou Lara Resende.
Para Leonardo Burlamaqui, o Estado é o responsável por solucionar os problemas de interesse coletivo.
“Os problemas são complexos e de interesse coletivo. Eles atravessam o poder público e a sociedade. Cabe ao Estado pensar o que pode fazer para ser parte da solução e não parte do problema", salientou Burlamaqui, senior fellow do CEBRI.