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Cazaquistão apela ao desarmamento nuclear em conferência

Nazarbayev afirmou que a segurança global não depende da quantidade de armas nucleares acumuladas no planeta, mas de sua própria existência


	Nuclear: o país centro-asiático apresentou iniciativas antinucleares como o "Projeto ATOM"
 (REUTERS/Gleb Garanich)

Nuclear: o país centro-asiático apresentou iniciativas antinucleares como o "Projeto ATOM" (REUTERS/Gleb Garanich)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2016 às 14h39.

Astana - O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, apelou nesta segunda-feira a todas as potências nucleares para que comecem a reduzir seus arsenais nucleares devido ao risco que os mesmos representam para a segurança global.

"O processo de redução dos arsenais nucleares deve ser feito de maneira multilateral, com a participação de todos os Estados que têm esse tipo de poder militar", disse o líder cazaque durante uma conferência internacional que termina hoje em Astana.

O evento coincidiu com o 25º aniversário do fechamento de Semipalatinsk, a principal instalação soviética de testes nucleares, e com o Dia Internacional contra os Testes Nucleares promovido pela ONU, que lembra o primeiro teste atômico da extinta União Soviética.

Nazarbayev afirmou que a segurança global não depende da quantidade de armas nucleares acumuladas no planeta, mas de sua própria existência.

"A possibilidade de que armas nucleares possam cair nas mãos de terroristas internacionais é mais perigosa do que nunca, e isto é um argumento sério para a participação pública de todos os países do mundo no processo de não-proliferação", sustentou o presidente cazaque.

O país centro-asiático apresentou iniciativas antinucleares como o "Projeto ATOM" (acrônimo em inglês de "Abolição dos Testes. Nossa Missão").

"Formamos um modelo eficaz para o abandono das armas nucleares. Estou convencido que a comunidade internacional reconhecerá as conquistas do Cazaquistão no movimento para um mundo livre de armas nucleares", acrescentou Nazarbayev.

Sobre essa questão, o secretário adjunto de Energia dos Estados Unidos, Daniel Poneman, avaliou positivamente a posição do líder cazaque.

Na opinião do funcionário americano, Nazarbayev "ganhou seu lugar na história por sua decisão em 1991 de fechar o recinto de testes de Semipalatinsk e ao se desfazer das armas nucleares. É um exemplo a ser seguido pelo resto do mundo", disse Poneman à Agência Efe.

Além disso, o líder cazaque apoiou a criação de um prêmio internacional que contribua para o desarmamento nuclear.

O fórum, organizado pelo governo do Cazaquistão e a organização internacional Parlamentares pela Não-Proliferação Nuclear e o Desarmamento (PNND, sigla em inglês), contou com vários representantes políticos, religiosos e membros de ONGs para o debate e a apresentação de propostas para o desarmamento nuclear.

Entre os presentes estavam o diretor-geral da ONU em Genebra e secretário-geral da Conferência de Desarmamento, Michael Moller; o chefe da missão de observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o espanhol Jordi Xuclá I Costa; e o embaixador honorário do Projeto ATOM, Karipbek Kuyukov, um artista cazaque que nasceu sem braços devido à exposição de seus pais à radiação nuclear. 

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