Casos de covid disparam nos EUA e Europa -- Brasil também se preocupa
Só na França, foram registrados quase 90 mil novos casos no úlltimo sábado, dia 6; Portugal decreta toque de recolher nesta segunda, dia 9
Carla Aranha
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 14h29.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 18h28.
A segunda onda do coronavírus se tornou uma das maiores preocupações nos Estados Unidos e na Europa neste fim de ano. Nesta segunda-feira, dia 9, o Banco Central da França disse que deve haver uma retração de 12% na atividade econômica este mês em relação ao outubro. No dia 30 de outubro, o país entrou novamente em lockdown, com o número de casos de coronavírius aumentando acima da média.
Somente no último sábado, dia 7, foram registrados 86.852 novos casos. “Antes da chegada da segunda onda, acreditávamos que teríamos uma contração de um pouco menos do que 9% do PIB, e agora esperamos uma queda entre 9% e 10%”, disse o presidente do Banco Central francês, François Villeroy de Galhau, à radio RTL.
O primeiro-ministro da França, Jean Castex, declarou nas redes sociais que a segunda onda chegou “brutalmente e violentamente”.
Portugal deve decretar toque de recolher à noite em boa parte do país nesta segunda. Os moradores não poderão sair de casa entre a 1h e 5h da manhã. Os portugueses também deverão ficar em suas casas nos dois próximos finais de semana. No último sábado, dia 6, o país registrou 6.640 novos casos de covid, o maior número diário desde o início da pandemia.
Em outros países europeus, a situação não é muito melhor. O ministro da saúde da Alemanha, Jens Spahn, chamou a atenção para a possibilidade de lotação do sistema de saúde se o número de casos continuar aumentando. Cerca de 20 mil novos casos vêm sendo registrados por dia desde a semana passada e 2% dos pacientes precisam de internação na UTI. De acordo com o Ministério da Saúde, 40% dos alemães fazem parte do grupo de risco.
Nos Estados Unidos, outro país fortemente atingido pela nova onda da covid, o presidente eleito, Joe Biden, já anunciou uma força-tarefa para combater a propagação do vírus.
Cerca de 20 mil novos casos vêm sendo registrados por dia desde a semana passada. Cerca de 2% dos pacientes precisam de internação na UTI. De acordo com o ministério da saúde, 40% dos alemães fazem parte do grupo de risco.
O Reino Unido também tem registrado uma média de 20 mil novos por dia. O setor farmacêutico alertou que o governo precisa começar a fazer um estoque dos remédios usados no tratamento da covid para que não faltem medicamentos.
A segunda onda do coronavírus na Europa e nos Estados Unidos ainda não é publicamente discutida pelo governo brasileiro. O governo do Estado de São Paulo, no entanto, já revelou preocupações sobre a chegada da segunda onda no Brasil.
“O mercado já precificou a curva ascendente do coronavírus no exterior”, diz Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual digital, que vem estudando o assunto. “Talvez o efeito econômico no Brasil seja menor do que o observado no primeiro semestre, já que, ao que tudo indica, a taxa de mortalidade provocada pela segunda onda é menor e os profissionais de saúde já têm mais experiência em tratar a doença”.