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Casos de acidentes aéreos sobre a água costumam ter solução

Segundo especialistas, será possível encontrar o avião desaparecido da Malaysia Airlines e descobrir o que o fez cair

Investigador do Vietnã olha pra fora de um helicóptero durante missão de busca: um suposto fragmento do avião, que pode ser de uma janela ou de uma porta de emergência, foi localizado (REUTERS/Athit Perawongmetha)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 14h51.

Washington - As equipes que buscam o avião de fuselagem larga que desapareceu ao largo do Vietnã quase seguramente o localizarão e descobrirão o que o fez cair, de acordo com investigadores de aviação e arquivos de casos que abrangem quatro décadas.

Aviões aparentemente perdidos no mar, sem deixar rastros e a quilômetros de profundidade, foram encontrados por submarinos controlados de forma remota ou depois que os investigadores reuniram pistas suficientes para determinar o que aconteceu, segundo relatórios de acidentes registrados desde 1970.

“Eu acredito que eles o encontrarão”, disse Ronald Schleede, ex-investigador do Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos EUA, em entrevista a respeito do voo 370 da Malaysian Airline System Bhd. “Capacidade existe. Precisa apenas que alguém coloque o dinheiro necessário”.

O avião malaio 777-200 da Boeing Co., com 239 pessoas a bordo, nunca apareceu nos registros do controle de tráfego aéreo do Vietnã após deixar o espaço aéreo malaio e cruzar o Golfo da Tailândia em direção a Pequim, no dia 8 de março.

Um suposto fragmento do avião, que pode ser de uma janela ou de uma porta de emergência, foi localizado por um helicóptero a 90 quilômetros ao sul da ilha de To Chu, do Vietnã, disse Le Van Minh, comandante da Guarda Costeira vietnamita, em entrevista por telefone concedida hoje. O mar agitado e a escuridão impediam que as equipes de busca o recuperassem.

Em uma busca aérea também foram encontradas duas manchas de óleo a 15 quilômetros da costa sul do Vietnã.


Busca no fundo do mar

O mar do Golfo da Tailândia raramente alcança mais de 50 metros de profundidade e o fundo tende a ser plano, disse John Fish, vice-presidente da American Underwater Search and Survey Ltd., de Bourne, Massachusetts, em entrevista. Por isso, será relativamente fácil localizar e recuperar o avião se ele tiver caído lá, disse Fish.

Fish esteve envolvido em esforços de recuperação de aviões, como no caso do acidente do voo 800 da Trans World Airlines Inc., em 1996, ao largo de Nova York.

As caixas-pretas, reforçadas para resistir a acidentes, emitem um zumbido por pelo menos 30 dias após a submersão, o que ajudará as equipes de busca a localizá-las, disse ele. Mesmo que o som não possa ser rastreado, a tecnologia subaquática existente pode mapear o fundo do mar com sonares de alta definição e opera no limite das profundidades conhecidas, disse ele.

Uma equipe liderada pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole, de Massachusetts, localizou os destroços do voo Air France 447, que caiu no dia 1º de junho de 2009 no Oceano Atlântico, ao largo da costa do Brasil, após uma busca que levou quase dois anos.

O avião acomodou-se a uma profundidade de mais de 3,2 quilômetros em uma área de montanhas submarinas íngremes e os navios não conseguiam rastrear os zumbidos.


Acidentes na água

“Isso melhorou muito nos últimos anos”, disse Thomas Haueter, ex-investigador-chefe de aviação da NTSB, em entrevista. “O que os franceses fizeram foi realmente incrível. Basta ver a profundidade da água”.

Schleede, Haueter e John Cox, investigador de acidentes e CEO da Safety Operating Systems, de Washington, disse que não têm conhecimento de acidentes sobre a água, de 1970 para cá, que não tenham sido solucionados.

Nos poucos casos em que os dados da caixa-preta ou dos gravadores de voz não foram recuperados ou em que esses equipamentos deixaram de funcionar, o que pode acontecer em casos de quebra em pleno ar ou explosões, os investigadores obtiveram informações suficientes de outras fontes para ter uma ideia do que ocorreu, disseram eles.

Quando o avião malaio desaparecido for encontrado, as gravações da cabine de comando e dos instrumentos do avião, juntamente com pistas físicas, ajudarão a esclarecer o que o fez cair, se foi terrorismo, erro dos pilotos, falha mecânica ou algum outro problema, disseram os especialistas em investigações.

“Eu acredito firmemente que eles encontrarão o avião, encontrarão os gravadores e nós saberemos definitivamente o que aconteceu com esse Boeing 777”, disse Cox.

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Washington - As equipes que buscam o avião de fuselagem larga que desapareceu ao largo do Vietnã quase seguramente o localizarão e descobrirão o que o fez cair, de acordo com investigadores de aviação e arquivos de casos que abrangem quatro décadas.

Aviões aparentemente perdidos no mar, sem deixar rastros e a quilômetros de profundidade, foram encontrados por submarinos controlados de forma remota ou depois que os investigadores reuniram pistas suficientes para determinar o que aconteceu, segundo relatórios de acidentes registrados desde 1970.

“Eu acredito que eles o encontrarão”, disse Ronald Schleede, ex-investigador do Conselho Nacional de Segurança no Transporte dos EUA, em entrevista a respeito do voo 370 da Malaysian Airline System Bhd. “Capacidade existe. Precisa apenas que alguém coloque o dinheiro necessário”.

O avião malaio 777-200 da Boeing Co., com 239 pessoas a bordo, nunca apareceu nos registros do controle de tráfego aéreo do Vietnã após deixar o espaço aéreo malaio e cruzar o Golfo da Tailândia em direção a Pequim, no dia 8 de março.

Um suposto fragmento do avião, que pode ser de uma janela ou de uma porta de emergência, foi localizado por um helicóptero a 90 quilômetros ao sul da ilha de To Chu, do Vietnã, disse Le Van Minh, comandante da Guarda Costeira vietnamita, em entrevista por telefone concedida hoje. O mar agitado e a escuridão impediam que as equipes de busca o recuperassem.

Em uma busca aérea também foram encontradas duas manchas de óleo a 15 quilômetros da costa sul do Vietnã.


Busca no fundo do mar

O mar do Golfo da Tailândia raramente alcança mais de 50 metros de profundidade e o fundo tende a ser plano, disse John Fish, vice-presidente da American Underwater Search and Survey Ltd., de Bourne, Massachusetts, em entrevista. Por isso, será relativamente fácil localizar e recuperar o avião se ele tiver caído lá, disse Fish.

Fish esteve envolvido em esforços de recuperação de aviões, como no caso do acidente do voo 800 da Trans World Airlines Inc., em 1996, ao largo de Nova York.

As caixas-pretas, reforçadas para resistir a acidentes, emitem um zumbido por pelo menos 30 dias após a submersão, o que ajudará as equipes de busca a localizá-las, disse ele. Mesmo que o som não possa ser rastreado, a tecnologia subaquática existente pode mapear o fundo do mar com sonares de alta definição e opera no limite das profundidades conhecidas, disse ele.

Uma equipe liderada pelo Instituto Oceanográfico Woods Hole, de Massachusetts, localizou os destroços do voo Air France 447, que caiu no dia 1º de junho de 2009 no Oceano Atlântico, ao largo da costa do Brasil, após uma busca que levou quase dois anos.

O avião acomodou-se a uma profundidade de mais de 3,2 quilômetros em uma área de montanhas submarinas íngremes e os navios não conseguiam rastrear os zumbidos.


Acidentes na água

“Isso melhorou muito nos últimos anos”, disse Thomas Haueter, ex-investigador-chefe de aviação da NTSB, em entrevista. “O que os franceses fizeram foi realmente incrível. Basta ver a profundidade da água”.

Schleede, Haueter e John Cox, investigador de acidentes e CEO da Safety Operating Systems, de Washington, disse que não têm conhecimento de acidentes sobre a água, de 1970 para cá, que não tenham sido solucionados.

Nos poucos casos em que os dados da caixa-preta ou dos gravadores de voz não foram recuperados ou em que esses equipamentos deixaram de funcionar, o que pode acontecer em casos de quebra em pleno ar ou explosões, os investigadores obtiveram informações suficientes de outras fontes para ter uma ideia do que ocorreu, disseram eles.

Quando o avião malaio desaparecido for encontrado, as gravações da cabine de comando e dos instrumentos do avião, juntamente com pistas físicas, ajudarão a esclarecer o que o fez cair, se foi terrorismo, erro dos pilotos, falha mecânica ou algum outro problema, disseram os especialistas em investigações.

“Eu acredito firmemente que eles encontrarão o avião, encontrarão os gravadores e nós saberemos definitivamente o que aconteceu com esse Boeing 777”, disse Cox.

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