Exame Logo

Casal de lésbicas forma família 'como as outras' nos EUA

"É fantástico! Vamos nos casar logo", comemora Rene Watkin

Bandeira do movimento gay: Na América Latina, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é autorizado na Argentina desde 2010 e na Cidade do México desde 2009 (Pedro Armestre/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 19h08.

"Somos uma família como qualquer outra", afirmam, enquanto cozinham, Rene e Lauren, duas jovens lésbicas, mães e recém-casadas, graças a um novo direito em Maryland (este), que esperam que seja aplicado a todos os estados americanos em um futuro próximo.

"É fantástico! Vamos nos casar logo", comemora em declarações à AFP Rene Watkins, de 28 anos, uma baixinha de cabelos castanhos, ao começar a preparar um bolo com sua filha, Lillian, de dois anos, que decide "mexer" a mistura.

Há dez anos René Watkins conheceu Lauren Debelius, de 30 anos, quando as duas eram estudantes, e agora moram com a filha, Lillian, em uma casinha nos subúrbios de Baltimore, em Maryland.

Este estado perto de Washington é um dos três, junto com o Maine (nordeste) e Washington (noroeste), a aprovar por meio de referendo, em 6 de novembro, a legislação que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

E a Suprema Corte, a mais alta instância jurídica americana, pode logo examinar o tema, o que desperta a esperança entre as associações de homossexuais de que o casamento entre pessoas do mesmo seja autorizado em nível nacional.

Rene, que trabalha em uma associação, e Lauren, corretora de seguros, tinham organizado em 2006 uma cerimônia de noivado, mas a partir do ano que vem serão oficialmente casadas, como permite a lei que começará a vigorar em 1º de janeiro de 2013.

Na América Latina, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é autorizado na Argentina desde 2010 e na Cidade do México desde 2009, enquanto a Câmara de Deputados uruguaia prevê votar em 11 de dezembro um projeto de lei sobre o "casamento igualitário".


"É importante para nós e para nossa família", diz Rene, destacando que "o casamento permite que o casal esteja protegido. É uma vantagem enorme", assegura.

E será ainda mais para a família formada pelas duas mulheres com sua filha, concebida por inseminação artificial e que Rene levou no ventre: "Até Lillian nascer, Lauren não tinha nenhum direito legal sobre ela. Tivemos que iniciar um processo de adoção, contratar um advogado, redigir testamentos... E consultar um psicólogo!".

Quando o próximo filho vier, "Lauren não terá que adotá-lo": os "dois nomes aparecerão na certidão de nascimento", diz Rene, consciente também das vantagens fiscais para casadas e da reversão de um seguro de vida.

No entanto, "nossos direitos cessam quando sairmos de Maryland", disse Lauren, contando que "sua mãe vive no estado vizinho da Pensilvânia. Se Rene tiver que ser hospitalizada de emergência, perante a lei local não sou membro de sua família, portanto não posso visitá-la".

É o novo quebra-cabeça dos casais do mesmo sexo casados - cerca de 130.000 - nos estados em que o casamento homossexual é ou vai ser legal (Maryland, Maine, Washington, Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Nova York e Washington, capital federal).

"Maryland é progressista. Somos uma família como as outras", mas "temos amigos gays que moram no Wisconsin", onde "podem ser mal vistos e não têm as mesmas garantias", lamentou Rene.


Por esta razão, Rene e Lauren ficariam encantadas se a Suprema Corte estudar o tema. Segundo pesquisa da Universidade de Quinnipac, publicada esta quarta-feira, um número crescente de americanos (48%, quando em 2008 eram 38%) se declararam a favor do casamento gay, enquanto o percentual daqueles que se opõem a ele baixou (46% contra 55% em 2008).

Tabatha Kamman, heterossexual, casada e mãe de Cooper, de dois anos e meio, é uma das amigas do casal: "As pessoas dizem, em geral, 'Olha, Lillian tem duas mães'. Em seguida emendam: 'Que bom!'. E a conversa termina aí".

"Elas querem o mesmo que nós", avalia Mia Capen, mãe de Camilla: "Ter uma vida linda e cuidar da filha".

Veja também

"Somos uma família como qualquer outra", afirmam, enquanto cozinham, Rene e Lauren, duas jovens lésbicas, mães e recém-casadas, graças a um novo direito em Maryland (este), que esperam que seja aplicado a todos os estados americanos em um futuro próximo.

"É fantástico! Vamos nos casar logo", comemora em declarações à AFP Rene Watkins, de 28 anos, uma baixinha de cabelos castanhos, ao começar a preparar um bolo com sua filha, Lillian, de dois anos, que decide "mexer" a mistura.

Há dez anos René Watkins conheceu Lauren Debelius, de 30 anos, quando as duas eram estudantes, e agora moram com a filha, Lillian, em uma casinha nos subúrbios de Baltimore, em Maryland.

Este estado perto de Washington é um dos três, junto com o Maine (nordeste) e Washington (noroeste), a aprovar por meio de referendo, em 6 de novembro, a legislação que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

E a Suprema Corte, a mais alta instância jurídica americana, pode logo examinar o tema, o que desperta a esperança entre as associações de homossexuais de que o casamento entre pessoas do mesmo seja autorizado em nível nacional.

Rene, que trabalha em uma associação, e Lauren, corretora de seguros, tinham organizado em 2006 uma cerimônia de noivado, mas a partir do ano que vem serão oficialmente casadas, como permite a lei que começará a vigorar em 1º de janeiro de 2013.

Na América Latina, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é autorizado na Argentina desde 2010 e na Cidade do México desde 2009, enquanto a Câmara de Deputados uruguaia prevê votar em 11 de dezembro um projeto de lei sobre o "casamento igualitário".


"É importante para nós e para nossa família", diz Rene, destacando que "o casamento permite que o casal esteja protegido. É uma vantagem enorme", assegura.

E será ainda mais para a família formada pelas duas mulheres com sua filha, concebida por inseminação artificial e que Rene levou no ventre: "Até Lillian nascer, Lauren não tinha nenhum direito legal sobre ela. Tivemos que iniciar um processo de adoção, contratar um advogado, redigir testamentos... E consultar um psicólogo!".

Quando o próximo filho vier, "Lauren não terá que adotá-lo": os "dois nomes aparecerão na certidão de nascimento", diz Rene, consciente também das vantagens fiscais para casadas e da reversão de um seguro de vida.

No entanto, "nossos direitos cessam quando sairmos de Maryland", disse Lauren, contando que "sua mãe vive no estado vizinho da Pensilvânia. Se Rene tiver que ser hospitalizada de emergência, perante a lei local não sou membro de sua família, portanto não posso visitá-la".

É o novo quebra-cabeça dos casais do mesmo sexo casados - cerca de 130.000 - nos estados em que o casamento homossexual é ou vai ser legal (Maryland, Maine, Washington, Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, Nova York e Washington, capital federal).

"Maryland é progressista. Somos uma família como as outras", mas "temos amigos gays que moram no Wisconsin", onde "podem ser mal vistos e não têm as mesmas garantias", lamentou Rene.


Por esta razão, Rene e Lauren ficariam encantadas se a Suprema Corte estudar o tema. Segundo pesquisa da Universidade de Quinnipac, publicada esta quarta-feira, um número crescente de americanos (48%, quando em 2008 eram 38%) se declararam a favor do casamento gay, enquanto o percentual daqueles que se opõem a ele baixou (46% contra 55% em 2008).

Tabatha Kamman, heterossexual, casada e mãe de Cooper, de dois anos e meio, é uma das amigas do casal: "As pessoas dizem, em geral, 'Olha, Lillian tem duas mães'. Em seguida emendam: 'Que bom!'. E a conversa termina aí".

"Elas querem o mesmo que nós", avalia Mia Capen, mãe de Camilla: "Ter uma vida linda e cuidar da filha".

Acompanhe tudo sobre:CasamentoGaysLegislaçãoLGBTPreconceitos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame