Casa Branca publica lista de atentados considerados mal cobertos
O presidente dos EUA, Donald Trump, havia acusado na segunda-feira (6) a "muito, muito desonesta" mídia de "não querer cobrir" alguns atentados
AFP
Publicado em 7 de fevereiro de 2017 às 18h56.
A Casa Branca publicou uma enorme lista de dezenas de atentados que considera terem sido mal cobertos pela imprensa, quando foram seguidos e noticiados pela mídia do mundo inteiro.
Vários meios de comunicação como a emissora britânica BBC, o jornal britânico The Guardian, o Washington Post e o jornal francês Le Monde reagiram publicando links para as amplas coberturas feitas desses ataques.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia acusado na segunda-feira (6) a "muito, muito desonesta" mídia de "não querer cobrir" alguns atentados.
Eles "tem suas razões e vocês as conhecem", acrescentou, sem embasar sua declaração, durante uma visita ao comando militar americano, na Flórida, encarregado do Oriente Médio e da luta contra o grupo Estado Islâmico (EI).
Para fundamentar sua afirmação, o porta-voz da Presidência, Sean Spicer, prometeu publicar uma lista dos "muitos exemplos (de atentados) que não tiveram a cobertura que mereciam".
Como preâmbulo desta lista de 78 ataques, publicada na noite de segunda-feira, a Casa Branca afirma que "desde que o EI proclamou seu califado" em junho de 2014, "ocorreu a cada duas semanas um grande atentado executado ou inspirado pelo grupo".
"A maioria não recebeu a atenção que merecia por parte da imprensa", declara o governo americano.
A Casa Branca menciona o local, o mês do atentado, o número de vítimas fatais, de feridos e o nome dos agressores. Mas não dá sua nacionalidade, excetuando-se quando se trata de "americanos" que, entretanto, não são identificados.
Entre os atentados citados destaca-se o da Península de Sinai, no Egito, em 31 de outubro de 2015, contra um Airbus A321 russo que deixou 224 mortos, a maioria turistas russos.
No que se refere à França, a lista da Casa Branca menciona os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris, que deixaram 130 mortos, e o ataque com um caminhão em Nice em 14 de julho de 2016, com 84 mortos.
Mas não inclui o ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015, que deixou 12 mortos, e foi reivindicado pela Al-Qaeda.
Ao contrário, faz referência aos ataques dos dias seguintes contra um policial, que faleceu, e a um supermercado de comida judaica, com quatro mortos, reivindicado pelo EI.
A lista inclui ataques nos Estados Unidos: o reivindicado pelo EI contra uma boate gay em Orlando, que deixou 49 mortos.
O autor do pior atentado cometido em solo americano desde o 11 de setembro foi qualificado como uma "pessoa americana" pela Casa Branca, que não fornece seu nome: Omar Mateen, um americano de origem afegã.
O Executivo menciona outros inúmeros atentados que estiveram nas capas dos meios de comunicação durante vários dias: Istambul (45 mortos) em junho de 2016; Sousse (38 mortos), na Tunísia, em junho de 2015; Bruxelas (31 mortos) em março de 2016; Daca (22 mortos), em Bangladesh, em julho de 2016; e Berlim (12 mortos) em dezembro de 2016.