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Carta revela que Hitler deu proteção um ex-colega judeu

Documento certifica o desejo de Hitler de proteger seu antigo companheiro de armas da política antijudia do regime nazista

Carta encontrada recentemente revela que Adolf Hitler deu temporariamente sua proteção a um oficial judeu do exército (Flickr)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2012 às 14h44.

Berlim - Uma carta encontrada recentemente revela que Adolf Hitler deu temporariamente sua proteção a um oficial judeu do exército, que lutou com ele na Primeira Guerra Mundial, informou neste sábado a historiadora Susanne Mauss, autora da descoberta.

O documento, datado de 1940 e que leva o selo do chefe das SS, Heinrich Himmler, certifica o desejo de Hitler de proteger seu antigo companheiro de armas da política antijudia do regime nazista.

O "Jewish Voice from Germany" publica uma cópia do documento encontrado por Mauss, membro do comitê de redação desta publicação.

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O documento indica que Ernst Hess, então juiz do tribunal de Dusseldorf, "esteve durante a guerra de 1914-1918 na mesma companhia que o Führer e foi provisoriamente o chefe dessa companhia".

Apesar de reconhecer explicitamente Hess como "judeu com quatro avós judeus", a carta enfatiza o desejo de Hitler de que se considere "com benevolência" a demanda de Hess de gozar de tratamento especial.

A carta termina com um convite às autoridades competentes a "deixar em paz" o interessado.

No entanto, segundo a historiadora, a proteção do Führer foi apenas temporária entre 19 de agosto de 1941, a data do documento, e a primavera de 1941, quando Hess foi deportado para o campo de Milbertshofen, perto de Munique.

"O documento se refere ao 'desejo' ('Wunsch' em alemão) do Führer e isso é algo realmente surpreendente", afirmou Susanne Mauss à AFP.

Segundo ela, citar Hitler neste tipo de documento era um fato excepcional.

Mauss encontrou a carta quando estava preparando uma exposição chamada "Advogados sem direitos" sobre a história dos advogados judeus no distrito de Dusseldorf.

Ernst Hess, cuja filha, Ursula, tem agora 86 anos, sobreviveu à guerra e morreu em 14 de setembro de 1983, em Frankfurt. Sua irmã Berta morreu depois de ser deportada.

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