O ex-diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Hideraldo Caron (Renato Araújo/ABr)
Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 12h37.
Brasília - O diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Hideraldo Caron, que pediu demissão hoje (22), reafirmou que não há nenhuma denúncia que envolva o nome dele com atos de corrupção. “Até hoje, não vi nenhum denunciante. O que existem são matérias [reportagens] tratando das nossas obras [do Dnit], apontando, eventualmente, irregularidades que nas obras. Se não tivéssemos corrigido, certamente eu teria sido penalizado. E não levei nenhuma multa do Tribunal de Contas da União nesses anos”.
Durante entrevista coletiva, Caron admitiu que pode haver irregularidades em obras do Dnit, mas, segundo ele, os problemas no órgão são menores do que os que existiam anos atrás. “Frente ao volume de obras que temos, nossas irregularidades não são muitas”. Também pela grande quantidade de recursos que administra, Caron afirmou que o Dnit é acompanhado com rigor pelos órgãos de fiscalização.
Sobre as demissões desencadeadas pela onda de denúncias de corrupção no setor de transportes, Caron foi lacônico: “Eu acho que não precisava”. Ele explicou que os diretores decidem pouco individualmente em cada processo. “Quando alguma coisa está sendo mudada em uma obra, muita gente dá opinião sobre isso”.
Caron não acredita que houve pressão do PR para forçar a saída dele do governo. “Pode haver setores que estejam agindo dessa forma, mas não acredito que seja uma manifestação unânime do partido. Acho que, na composição politica e nos governos de coalizão, há a necessidades de entendimento entre os partidos. O governo tem necessidade de recompor essa situação e não estou ressentido com isso, faz parte da vida política e do exercício dos nossos cargos”.
Caron assegurou que vai repassar as informações do setor que administrava no Dnit ao sucessor, que ainda não foi escolhido. “Isso é uma obrigação, não posso abandonar tudo como se fosse dar um passeio”.