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Caracas mostra impacto causado pela perda de Chávez

O movimento na cidade concentrou-se no trajeto de 8 quilômetros por onde passou o cortejo com o caixão do presidente

Apoiador de Hugo Chávez carrega um retratodo presidente durante cortejo nas ruas de Caracas  (REUTERS / Jorge Dan Lopez)

Apoiador de Hugo Chávez carrega um retratodo presidente durante cortejo nas ruas de Caracas (REUTERS / Jorge Dan Lopez)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 06h59.

Caracas - No primeiro dia de luto após a morte de Hugo Chávez, Caracas refletia, nessa quarta-feira (6), o impacto causado pela perda do presidente, que esteve à frente do país por 13 anos. O movimento na cidade concentrou-se no trajeto de 8 quilômetros por onde passou o cortejo.

O caixão foi levado do Hospital Militar, onde Chávez morreu, à Academia Militar, onde o corpo está sendo velado. Em clima de emoção, milhares de pessoas acompanharam o cortejo.

Debaixo de sol forte, o presidente foi lembrado em bonecos, com fotos, cartazes e nas roupas vermelhas, cor que elegeu para o seu governo. Entre os eleitores de Chávez ninguem queria comentar o futuro político da Venezuela, o tema era o próprio presidente e o que ele representou para o país.

A faxineira Ana Rodriguez, de 44 anos, levou flores para homenageá-lo. "Elas murcharam porque saí de casa às 6h e agora são 16h!", lamentou.

Ela disse que a notícia da morte doeu muito. "Meu coração está partido, acordei muito triste e nem consigo falar direito", contou à Agência Brasil.

O estudante Hanz Gomes, de 16 anos, disse que Chávez agora está mais vivo do que nunca e que cabe aos jovens continuar a revolução iniciada por ele. "Chávez é o nosso Che Guevara. Ninguém fez por nós o que ele fez. Eu o sinto comigo e sei que ele é imortal", acrescentou.


Longe da Academia Militar, onde ocorre o velório, a cidade manteve-se silenciosa. Escolas e repartições públicas não foram abertas por causa do luto oficial de sete dias declarado pelo governo, e o comércio também não funcionou normalmente. Quase todas as lojas, restaurantes e supermercados estiveram fechados nessa quarta-feira (6).

A morte de Chávez também se refletiu na rede hoteleira de Caracas. Os hotéis estão quase todos lotados pelo grande número de pessoas que chegam à capital a fim de acompanhar o funeral.

Várias equipes de jornalistas tiveram dificuldade para conseguir vaga em hotel. Michelle Begue, correspondente para a América Latina da emissora americana CCTV, disse que veio da Colômbia para cobrir o evento.

"Eu só tenho hotel, porque já estava previsto que viria para ver como estava a indefinição política antes da morte de Chávez. Mas vários colegas não conseguiram hotéis de última hora".

Os presidentes que estarão na cerimônia, prevista para esta sexta-feira (8), já começaram a chegar. O primeiro foi Evo Morales, da Bolívia, que acompanhou o presidente em exercício, Nicolás Maduro, em parte do cortejo até a Academia Militar. José Mujica, do Uruguai, e Cristina Kirchner, da Argentina, também já estão em Caracas. A presidenta Dilma Roussef, deve chegar hoje (7), por volta das 14h30 (horário local).

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