Henrique Capriles: líder opositor se recusou na semana passada a participar da chamada "conferência de paz", organizada por Maduro (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2014 às 15h58.
Caracas - O líder da oposição venezuelana Henrique Capriles pediu nesta segunda-feira aos cidadãos que comecem a organizar comitês, denominados de "comandos de defesa da população", para multiplicar as mensagens que exigem mudanças no país e demandam soluções do governo do presidente Nicolás Maduro.
Capriles, ex-candidato à Presidência e governador do Estado de Miranda, afirmou, em mensagem difundida por meio de sua conta no Twitter e de seu blog, que a proposta busca "deixar de lado a agenda política e de violência na qual o governo quer nos envolver para focar nos problemas sociais".
O governador propõe que a população civil se organize, se reúna e analise os seus problemas para apresentar propostas e reivindicações ao governo e pedir mudanças.
A proposta de Capriles prevê que os comitês sejam compostos por três membros, que por sua vez ficariam encarregados de conversar com outras 10 pessoas cada um, a fim de coordenar discussões e ações.
O líder opositor, que pertence ao partido Primero Justicia, se recusou na semana passada a participar da chamada "conferência de paz", organizada por Maduro para buscar soluções para as demandas dos manifestantes. Para ele, o governo não mostrava um claro desejo de promover a paz.
Nas últimas quatro semanas, milhares de pessoas, em sua maioria estudantes, moradores de bairros de classe média e membros da oposição, protestaram nas ruas e nas redes sociais para reclamar da inflação, que fechou 2013 em mais de 56%, da criminalidade e da escassez de produtos básicos. Em alguns Estados, como Carabobo, os protestos se espalharam para bairros mais pobres. Confrontos entre manifestantes e membros da Guarda Nacional deixaram 18 mortos e mais de 260 feridos.
Neste domingo, milhares de pessoas protestaram contra o governo em uma praça de um bairro de classe média no município de Chacao, governado pela oposição. Fonte: Associated Press.