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Candidato de oposição na Venezuela defende modelo brasileiro

Henrique Capriles, de 39 anos, será o adversário de Hugo Chavez na disputa pela presidente com um discurso de defesa de um modelo de esquerda inspirado no Brasil

Com 95% dos votos apurados, Capriles recebeu 1.806.860 votos (62,2%) (Juan Barreto/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2012 às 13h40.

Caracas - Henrique Capriles, escolhido no domingo candidato para as eleições presidenciais em outubro na Venezuela , é um jovem porém experiente governante com fama de incansável, que propõe substituir o socialismo de Hugo Chávez por um modelo de esquerda inspirado no brasileiro.

Governador do segundo estado mais populoso do país, Miranda, que abrange parte de Caracas, Capriles, de 39 anos, garante sentir-se "confortável" quando denominado de centro-esquerda, incentiva o trabalho no setor privado da economia e crê que a prioridade do Estado deve estar nas políticas sociais.

O agora candidato presidencial, que ganhou no domingo as primárias com mais de 60% dos votos, tem evitado até agora atacar abertamente Chávez e oferecido melhorar suas populares políticas sociais para captar o voto das classes mais baixas, tradicionalmente afiliadas a este último.

"A chave é a superação da pobreza, aliada ao crescimento econômico", continua, ao descrever o que mais o inspira no modelo a que, segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu forma.

Também propõe acabar com algumas prerrogativas que Chávez promoveu, como a reeleição indefinida e leis como a que permite a expropriação de terras.

Caprilles começou sua carreira política muito cedo, quando, com 26 anos, foi eleito deputado e presidente da extinta Câmara dos Deputados, por um dos partidos tradicionais, o Copei (democrata-cristão, de direita).

Ao viajar às cidades e bairros de grande parte da Venezuela durante a campanha para as primárias, clamou pela "união" de todos os venezuelanos acima de opiniões políticas.


"O governo crê que sobre a base da divisão se pode manter o poder, eu acredito que sobre a base de um governo de união é que o país irá adiante", disse ele que, em 2008, seguindo uma carreira política linear, foi eleito em Miranda frente a uma das figuras mais fortes do oficialismo, o atual presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello.

Como governador, Capriles foi reconhecido especialmente pelo trabalho que fez na educação, com a recuperação de colégios e planos para elevar o índice de matrícula escolar, assim como outros programas para restaurar casas humildes e promover o acesso gratuito à saúde.

Agora, Capriles, que para as primárias contou com o apoio de um conjunto de partidos desligados do chavismo e se empenhou em distanciar-se dos partidos políticos tradicionais, se prepara para uma campanha presidencial, com clara desvantagem financeira e com muita ênfase no social.

"Vai ser uma campanha muito desigual, um desafio para nós", aponta, garantindo que está pronto para nos próximos meses "percorrer a Venezuela como ninguém percorreu nos últimos anos".

"Estão para vir mudanças na forma de se fazer as coisas", avisa Capriles, que também se distancia de Chávez em sua visão da política exterior, pois afirma que não busca "ter um clube internacional de amigos", e sim "relações igualitárias" com todos os países, incluindo China e Cuba, muito próximas do atual governo.

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Caracas - Henrique Capriles, escolhido no domingo candidato para as eleições presidenciais em outubro na Venezuela , é um jovem porém experiente governante com fama de incansável, que propõe substituir o socialismo de Hugo Chávez por um modelo de esquerda inspirado no brasileiro.

Governador do segundo estado mais populoso do país, Miranda, que abrange parte de Caracas, Capriles, de 39 anos, garante sentir-se "confortável" quando denominado de centro-esquerda, incentiva o trabalho no setor privado da economia e crê que a prioridade do Estado deve estar nas políticas sociais.

O agora candidato presidencial, que ganhou no domingo as primárias com mais de 60% dos votos, tem evitado até agora atacar abertamente Chávez e oferecido melhorar suas populares políticas sociais para captar o voto das classes mais baixas, tradicionalmente afiliadas a este último.

"A chave é a superação da pobreza, aliada ao crescimento econômico", continua, ao descrever o que mais o inspira no modelo a que, segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu forma.

Também propõe acabar com algumas prerrogativas que Chávez promoveu, como a reeleição indefinida e leis como a que permite a expropriação de terras.

Caprilles começou sua carreira política muito cedo, quando, com 26 anos, foi eleito deputado e presidente da extinta Câmara dos Deputados, por um dos partidos tradicionais, o Copei (democrata-cristão, de direita).

Ao viajar às cidades e bairros de grande parte da Venezuela durante a campanha para as primárias, clamou pela "união" de todos os venezuelanos acima de opiniões políticas.


"O governo crê que sobre a base da divisão se pode manter o poder, eu acredito que sobre a base de um governo de união é que o país irá adiante", disse ele que, em 2008, seguindo uma carreira política linear, foi eleito em Miranda frente a uma das figuras mais fortes do oficialismo, o atual presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello.

Como governador, Capriles foi reconhecido especialmente pelo trabalho que fez na educação, com a recuperação de colégios e planos para elevar o índice de matrícula escolar, assim como outros programas para restaurar casas humildes e promover o acesso gratuito à saúde.

Agora, Capriles, que para as primárias contou com o apoio de um conjunto de partidos desligados do chavismo e se empenhou em distanciar-se dos partidos políticos tradicionais, se prepara para uma campanha presidencial, com clara desvantagem financeira e com muita ênfase no social.

"Vai ser uma campanha muito desigual, um desafio para nós", aponta, garantindo que está pronto para nos próximos meses "percorrer a Venezuela como ninguém percorreu nos últimos anos".

"Estão para vir mudanças na forma de se fazer as coisas", avisa Capriles, que também se distancia de Chávez em sua visão da política exterior, pois afirma que não busca "ter um clube internacional de amigos", e sim "relações igualitárias" com todos os países, incluindo China e Cuba, muito próximas do atual governo.

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