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Capital político de Trump sofre golpe após 6 meses no poder

Recentemente, Trump lidou com a perda de apoio entre os republicanos ao novo projeto da Saúde e a demissão de um de seus assessores mais próximos

Donald Trump: o presidente tem 43% de aprovação dos americanos (Andrew Harrer-Pool/Reuters)

Donald Trump: o presidente tem 43% de aprovação dos americanos (Andrew Harrer-Pool/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de julho de 2017 às 20h32.

São Paulo - Na semana em que ultrapassou a marca de 180 dias à frente da Casa Branca, o presidente Donald Trump sofreu sucessivos reveses em seu capital político.

Da perda de apoio entre os próprios republicanos ao novo projeto da Saúde à demissão de um de seus assessores mais próximos, o bilionário viu aumentar a temperatura política em Washington e os mercados passarem a duvidar de sua capacidade de cumprir a ambiciosa agenda pró-crescimento.

No começo da semana, assessores próximos de Trump prometiam a semana "Made in America", na qual o presidente iria destacar os projetos para reforçar os planos protecionistas de impulso do crescimento.

No entanto, o primeiro golpe ocorreu já na segunda-feira, quando a liderança republicana no Senado admitiu que não tinha votos suficientes para aprovar a mudança em discussão do Obamacare e desistiu, por ora, de seguir com o projeto.

Alguns senadores republicanos alegaram que a mudança da lei da Saúde não era clara para os eleitores.

Sem o apoio necessário para aprovar um novo sistema de saúde, parte dos republicanos passou a defender apenas o fim do programa de Saúde estabelecido no governo anterior, deixando para mais tarde a inserção de um modelo para substituí-lo, mas a ideia também não encontrou apoio.

A deserção republicana às mudanças na Saúde também colocou em xeque a aposta de que Trump consiga avançar com outros projetos.

O pouco fôlego que o presidente conseguiu no Congresso foi com a aprovação da proposta do Orçamento no comitê do Senado, o que abriria a possibilidade de uma reforma do código tributário este ano.

Mas, a política interna continuou pressionando o presidente. Na quarta-feira, Trump disse que não teria convidado para o cargo o procurador-geral americano, Jeff Sessions, se soubesse que ele se recusaria a supervisionar a investigação sobre a Rússia.

Aliás, na seara da investigação sobre as relações com Moscou, o ex-diretor do FBI Robert Mueller, que comanda o escrutínio independente, revelou que vai analisar uma ampla gama de transações envolvendo negócios do presidente.

Para coroar a agitada semana, Trump demitiu na sexta-feira o porta-voz Sean Spicer, em busca de "novas pessoas" para compor o gabinete.

Spicer era criticado pela imprensa americana e frequentemente era alvo de paródias de humoristas.

A procura por pessoas leais ao presidente levou à contratação do investidor Anthony Scaramucci para o cargo de Diretor de Comunicação da Casa Branca.

A próxima semana, no entanto, deve ampliar a temperatura política em Washington. Além do aumento da crítica da imprensa a Trump e da eventual ampliação da perda de apoio político a ele, três dos seus assessores próximos irão prestar depoimento a comitês do Senado.

Na segunda-feira, o genro de Trump, Jared Kushner, depõe no Comitê de Inteligência do Senado, em sessão privada.

Na quarta, o ex-chefe da campanha de Trump, Paul Manafort, e o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr., irão depor publicamente no Comitê Judiciário do Senado.

Enquanto isso, a aprovação do republicano permanece próxima a níveis historicamente baixos. De acordo com o monitoramento diário da Rasmussen Reports, 43% dos americanos apoiam Trump, enquanto 57% o desaprovam.

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