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Capitã de navio humanitário vai processar ministro italiano

Matteo Salvini chamou Carola Rackete de "comunista mimada", entre outros comentários ofensivos; a jovem desembarcou ilegalmente 40 refugiados na Itália

Carola Rackete: Alemã foi presa na Itália após aportar com navio humanitário da ONG Sea Watch na ilha de Lampedusa sem autorização. A embarcação levava 40 refugiados que ficaram semanas no mar (Guglielmo Mangiapane/Reuters)
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AFP

Publicado em 5 de julho de 2019 às 12h18.

Um dos advogados de Carola Rackete, capitã do navio humanitário "Sea-Watch", anunciou nesta sexta-feira (5) que sua cliente processará por difamação o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que fez declarações contra a jovem. "Já preparamos a ação contra o ministro Salvini", declarou Alessandro Gamberini a uma rádio italiana, garantindo que "não é fácil fazer o inventário de todos os insultos formulados por Salvini nas últimas semanas".

"No circuito destes leões do teclado acostumados aos insultos, é ele que remove as turvas águas do ódio. Uma ação por difamação é uma forma de lançar um sinal", acrescentou.

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"Ela viola as leis e ataca navios militares italianos, e depois me processa", reagiu o ministro italiano nas redes sociais. "Não tenho medo dos mafiosos, imagine então de uma comunista alemã rica e mimada... Beijões".

À frente do "Sea-Watch", Carola Rackete foi detida, após atracar sem autorização, na semana passada, na ilha italiana de Lampedusa, para desembarcar 40 migrantes resgatados no mar bloqueados a bordo por mais de duas semanas.

Na terça, uma juiz italiana invalidou sua detenção, argumentando que agiu para salvar vidas. Duas investigações diferentes, por resistência a um oficial e por ajuda à imigração clandestina, seguem em curso contra ela.

Durante toda a duração da crise, Salvini aumentou suas declarações e os tuítes furiosos contra Carola, descrevendo-a como "problemática", "criminosa", ou "uma pobre mulher que apenas tentou matar cinco militares italianos".

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