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Câncer de Jimmy Carter é duro golpe em ex-presidente

Ex-presidente democrata governou os Estados Unidos entre 1977 e 1981


	"Reorganizarei minha agenda como for necessário para poder seguir o tratamento", disse Jimmy Carter
 (Mahmud Hams/AFP)

"Reorganizarei minha agenda como for necessário para poder seguir o tratamento", disse Jimmy Carter (Mahmud Hams/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2015 às 16h20.

Washington - A notícia divulgada ontem de que Jimmy Carter tem câncer foi um duro golpe para o ex-presidente dos Estados Unidos, que, apesar ser o segundo ex-chefe de governo americano mais velho entre os que estão vivos, é também, sem dúvidas, o mais ativo.

Aos 90 anos, Carter só é mais novo do que George H. W. Bush por apenas três meses, pois Bush nasceu em junho (já completou 91) e Carter em outubro de 1924, enquanto Bill Clinton tem 68 anos, e George W. Bush, 69.

O político nascido em Plains, na Geórgia, continua cheio de vitalidade e é certamente o mais ativo dos quatro, sempre disposto a opinar sobre questões da atualidade e comprometido a buscar soluções aos conflitos e problemas internacionais através do centro que leva seu nome.

Seu trabalho à frente do Centro Carter, fundado junto com sua esposa, Rosalynn, em 1982, lhe valeu o prêmio Nobel da Paz em 2002 por "suas décadas de esforço sem descanso para encontrar soluções pacíficas aos conflitos internacionais".

Democrata que governou entre 1977 e 1981 (precedido e sucedido por dois republicanos, Gerald Ford e Ronald Reagan, respectivamente), Carter é o ex-presidente dos EUA que mais anos ostentou este título em toda a história do país, pois deixou a Casa Branca há 34 anos, e após ele passaram outros cinco presidentes.

"Reorganizarei minha agenda como for necessário para poder seguir o tratamento", disse nesta quarta-feira o próprio Carter ao anunciar que uma recente cirurgia no fígado revelou que ele tem um câncer que "agora se estendeu a outras partes" de seu corpo, mas sem dizer quais.

A imprensa americana lembrou, no entanto, que a família de Carter tem um extenso histórico de câncer de pâncreas, do qual morreram seu pai, suas duas irmãs e seu irmão, e que também foi encontrado em sua mãe.

Além da atividade internacional, Carter também continua muito envolvido na vida de sua comunidade, na Geórgia.

Ele dá aulas na escola dominical de uma paróquia batista em sua cidade natal, Plains, e organiza encontros anuais para os estudantes de primeiro ano da Universidade Emory em Atlanta, onde foi professor.

Em julho, o nonagenário ex-presidente publicou um livro de memórias, "A Full Life: Reflections at Ninety" ("Uma vida completa: reflexões aos 90"), o mais recente dos 30 que escreveu durante sua vida.

Nele, o ex-presidente fala mais de sua vida pessoal do que política, embora inclusive em suas memórias de sua infância haja um componente que ajudaria a forjar seus ideais: o segregacionismo racial no estado da Geórgia e que seu próprio pai defendia.

Internacionalmente, em 2015 Carter visitou a Palestina, onde entre o final de abril e o início de maio liderou "um Comitê de Sábios" que pretende promover a reconciliação entre as várias facções palestinas.

Pouco depois, em 10 de maio, por motivos de saúde, teve que encurtar sua visita à Guiana, onde sua fundação realizava uma missão de observação eleitoral da eleição geral.

"O presidente Carter não estava bem e deixou hoje a Guiana para retornar a Atlanta. A missão de observação eleitoral continua seu trabalho", informou então o Centro Carter em um breve comunicado, sem detalhar o estado de saúde do político.

Em novembro do ano passado, Carter e o empresário mexicano Carlos Slim assinaram uma aliança para colaborar com uma iniciativa que pretende eliminar a oncocercose no continente americano.

"Minha vida não é tranquila. É uma vida cheia de desafios, emocionante e imprevisível, intrépida e agradável", disse neste ano Carter à rede de televisão pública americana "PBS".

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