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Câncer afasta Chávez da televisão e altera cenário politico na Venezuela

Depois de diminuir drasticamente suas aparições na TV, Chávez passou a colocar em dúvida suas estratégias para as eleições de 2012

Hugo Chavez raspou o cabelo devido ao tratamento contra o câncer (AFP/presidencia)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2011 às 20h11.

Caracas - Desde que começou seu tratamento contra o câncer há três meses, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mudou drasticamente seus hábitos e diminuiu suas características aparições na televisão, passando a colocar em dúvida suas estratégias de comunicação para disputa das eleições de 2012.

Com quase duas mil emissoras, transmissões obrigatórias para todos os canais de rádio e televisão, e mais de 1.300 horas no ar (de acordo com dados do Comitê para a Proteção de Jornalistas), Chávez foi durante 12 anos praticamente um "rei" na TV venezuelana. Aliás, o aparelho se transformou em uma ferramenta imprescindível de Governo.

Após iniciar seu tratamento contra o câncer em junho, o presidente venezuelano teve que deixar de lado sua onipresença midiática para adquirir hábitos mais saudáveis, como dormir mais e comer melhor.

"Esse é um Chávez que ficou no passado. Agora, antes de querer assumir o controle de tudo, ele terá de respeitar a si próprio", afirmou à Agência Efe Jesse Chacón, ex-ministro de Comunicação do governante.

"A doença forçou Chávez a fazer uma reflexão. Ele não é uma pessoa diferente, mas uma pessoa adaptada à nova realidade e, por isso, está priorizando um Governo mais coletivo", completou Chacón.

Impossibilitado de realizar discursos governamentais prolongados, Chávez passou a usar mais o Twitter e o telefone, inclusive para aparecer na televisão estatal com ligações no começo da manhã.

Após 12 anos no ar, o programa "Alô, Presidente", carro chefe da estratégia de comunicação com 375 edições, dificilmente deixou de ser transmitido ao longo desses anos. No entanto, após o câncer, o programa chegou até a sair da programação.


"Embora Chávez faça um esforço importantíssimo para não gerar um vazio na comunicação, não há como não sentir esse espaço, já que ele acostumou à população com sua presença permanente", declarou Luis Vicente León, diretor da empresa de consultoria Datanálisis.

Porém, a pergunta que todos querem fazer é se todas essas mudanças serão mantidas durante a campanha presidencial, que será realizada em outubro de 2012. Apesar da nova postura adotada por Chávez, a popularidade do presidente segue acima dos 50% de aprovação.

Para o analista político Nicmer Evans, professor da escola de Sociologia da Universidade Central da Venezuela, "o estilo de campanha do presidente vai mudar, não há dúvida". Em uma opinião parecida à de Chacón, Evans acredita que Chávez deixará para trás sua tradicional "presença permanente" para buscar "novas técnicas".

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Caracas - Desde que começou seu tratamento contra o câncer há três meses, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mudou drasticamente seus hábitos e diminuiu suas características aparições na televisão, passando a colocar em dúvida suas estratégias de comunicação para disputa das eleições de 2012.

Com quase duas mil emissoras, transmissões obrigatórias para todos os canais de rádio e televisão, e mais de 1.300 horas no ar (de acordo com dados do Comitê para a Proteção de Jornalistas), Chávez foi durante 12 anos praticamente um "rei" na TV venezuelana. Aliás, o aparelho se transformou em uma ferramenta imprescindível de Governo.

Após iniciar seu tratamento contra o câncer em junho, o presidente venezuelano teve que deixar de lado sua onipresença midiática para adquirir hábitos mais saudáveis, como dormir mais e comer melhor.

"Esse é um Chávez que ficou no passado. Agora, antes de querer assumir o controle de tudo, ele terá de respeitar a si próprio", afirmou à Agência Efe Jesse Chacón, ex-ministro de Comunicação do governante.

"A doença forçou Chávez a fazer uma reflexão. Ele não é uma pessoa diferente, mas uma pessoa adaptada à nova realidade e, por isso, está priorizando um Governo mais coletivo", completou Chacón.

Impossibilitado de realizar discursos governamentais prolongados, Chávez passou a usar mais o Twitter e o telefone, inclusive para aparecer na televisão estatal com ligações no começo da manhã.

Após 12 anos no ar, o programa "Alô, Presidente", carro chefe da estratégia de comunicação com 375 edições, dificilmente deixou de ser transmitido ao longo desses anos. No entanto, após o câncer, o programa chegou até a sair da programação.


"Embora Chávez faça um esforço importantíssimo para não gerar um vazio na comunicação, não há como não sentir esse espaço, já que ele acostumou à população com sua presença permanente", declarou Luis Vicente León, diretor da empresa de consultoria Datanálisis.

Porém, a pergunta que todos querem fazer é se todas essas mudanças serão mantidas durante a campanha presidencial, que será realizada em outubro de 2012. Apesar da nova postura adotada por Chávez, a popularidade do presidente segue acima dos 50% de aprovação.

Para o analista político Nicmer Evans, professor da escola de Sociologia da Universidade Central da Venezuela, "o estilo de campanha do presidente vai mudar, não há dúvida". Em uma opinião parecida à de Chacón, Evans acredita que Chávez deixará para trás sua tradicional "presença permanente" para buscar "novas técnicas".

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