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Canadá vai treinar tropas na Ucrânia, diz primeiro-ministro

Cerca de 200 soldados canadenses deverão integrar a missão de treinamento já existente, em que participam militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha


	Canadá foi contra a anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014, considerada pelo país norte-americano uma “agressão” e um “ato ilegal”
 (John Moore/Getty Images)

Canadá foi contra a anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014, considerada pelo país norte-americano uma “agressão” e um “ato ilegal” (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2015 às 16h23.

Montréal - O governo do Canadá anunciou hoje, (14), que pretende enviar militares à Ucrânia para treinar tropas. O objetivo é apoiar o país europeu na defesa contra o movimento rebelde, alinhado com a Rússia e que desde o ano passado quer a separação da Ucrânia. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, em Ottawa, acompanhado pelo ministro da Defesa, Jason Kenney.

Os cerca de 200 soldados canadenses deverão integrar a missão de treinamento já existente, em que participam militares dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha. Segundo o ministro Jason Kenney, eles vão atuar, em maioria, num centro de treinamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), localizado próximo à fronteira com a Polônia, a 1 mil e 300 quilometros da zona de confronto com os separatistas.

As tropas ucranianas serão treinadas, entre outras coisas, em tática individual e de unidade, estratégias e procedimentos policiais, detecção e neutralização de explosivos, segurança de vôo e logística.

A ação dos militares canadenses deve começar neste verão e seguirá até março de 2016.

O governo canadense contribuiu com quase 600 milhões de dólares, segundo Kenney, em empréstimos para estabilização econômica, ajuda humanitária, retorno de deslocados, e assistência para o desenvolvimento na Ucrânia.

Com o envio de tropas, o Canadá reforça o posicionamento contra a anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014, considerada pelo país norte-americano uma “agressão” e um “ato ilegal” por parte dos russos.

O Canadá já afirmou, inclusive, que “nunca reconhecerá a anexação ilegal da Crimeia e continua a exortar o regime defendido pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin a por um fim em sua campanha de desestabilização, a se retirar inteiramente da Ucrânia e a respeitar sua soberania e sua integridade territorial”, declarou em nota oficial o ministro de Relações Exteriores canadense, Rob Nicholson, em março, quando se completou um ano do referendo em que ucranianos da Crimeia reconheceram a anexação da península Sul da Ucrânia à Rússia.

O conflito entre ucranianos e separatistas começou em fevereiro do ano passado, depois que as manifestações populares por um acordo econômico do país com a União Européia (UE) levaram à destituição do então presidente Viktor Yanukovitch, aliado russo. A Rússia se opunha à aproximação da ex-república soviética à UE.

A crise entre ucranianos e separatistas pró-russos culminou com a anexação da Crimeia pela Rússia, referendada no mês seguinte por 97% dos moradores da região. Mas outros movimentos separatistas surgiram na fronteira leste ucraniana e a guerra já provocou mais de 6 mil mortes. Um cessar-fogo foi acordado em fevereiro deste ano.

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