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Campos diz que não é candidato e que apoiará Dilma

Governador acredita que presidente pode ficar mais oito anos no poder

Para Eduardo Campos, Dilma está governando com "segurança" (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

Para Eduardo Campos, Dilma está governando com "segurança" (Marcelo Jorge Loureiro/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 15h24.

São Paulo - O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, negou hoje que tenha a intenção de se candidatar a presidente em 2014. "Quero ter condições de ir às ruas em 2014 defender o nome da presidente (Dilma Rousseff)", afirmou, durante o Seminário Novos Polos Industriais, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), num hotel da zona sul de São Paulo. Com o mandato que terminará em 2014 sem direito à reeleição, Campos não deixou claro como deve continuar na vida política.

Ele foi questionado pelos empresários sobre a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto e se limitou a dizer que Dilma tem o direito de concorrer a um novo mandato e governar por oito anos, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. "O que pudermos fazer para que ela se saia bem, vamos fazer", ressaltou. Campos elogiou os primeiros três meses do governo dela pela "maturidade" e "segurança".

"Não é fácil suceder um presidente com a popularidade do presidente Lula", lembrou. Embora seja contra a manutenção da reeleição numa futura reforma política (por considerar que impede a renovação dos quadros políticos), o governador de Pernambuco defende a manutenção da regra para quem já ocupa um cargo executivo.

Reforma

Campos defendeu ainda o fim das coligações, disse ser favorável ao financiamento público de campanha e propôs que a reforma política venha de forma "escalonada" - que as novas regras entrem em vigor aos poucos, evitando, assim, que os parlamentares deixem de votá-la por priorizar os interesses individuais. "Se conseguiria fazer uma reforma no sistema eleitoral diminuindo a interferência do político que vota no que é melhor para ele. Se você joga com o tempo, você coloca com maior relevo o que é de interesse do País", argumentou. "Acho que a gente deve ter uma regra de transição e deixar para o futuro todas as regras", completou.

O governador também criticou a "instabilidade jurídica" criada por leis de última hora e resoluções da Justiça que interferem no processo eleitoral. "Não se pode considerar normal que tenha uma Assembleia Legislativa com deputados suplentes que são de um partido e outros de coligação, o Congresso Nacional com uma liminar na porta para dar posse a um deputado que é de partido e outro de coligação. Você acha que isso é uma coisa normal? Isso precisa ser resolvido, está ficando mal para todo mundo", cobrou.

Na opinião de Campos, é preciso que Judiciário e Legislativo evitem a "invasão de competências". "Quem faz lei é quem foi eleito, não pode ser feito lei por tribunal. Tribunal interpreta lei, julga. Da mesma forma que deputado não julga, juiz não pode fazer lei", criticou. O governador pernambucano mencionou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de jogar a validade da Lei da Ficha Limpa só para 2012. "A Ficha Limpa é a prova da necessidade de rever-se as leis de processo no Brasil. Só precisa de Lei da Ficha Limpa porque a lei de processos eterniza os processos", concluiu.

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