Donald Trump: a história recente diz que nenhum candidato que não termine entre os dois primeiros neste estado chegou à Casa Branca (Daniel Acker/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2016 às 17h57.
A um dia das eleições primárias em New Hampshire, os candidatos democratas e republicanos, conscientes do valor simbólico deste pequeno estado do nordeste na corrida à Casa Branca, multiplicavam esforços, nesta segunda-feira, para convencer eleitores conhecidos por duvidar até o último momento.
Depois do atípico caucus de Iowa (centro dos Estados Unidos) de 1º de fevereiro, que inciou a corrida às eleições presidenciais de novembro, New Hampshire é considerado o início das primárias convencionais e marca o tom do que virá neste longo processo.
As pesquisas dão vantagem ao multimilionário Donald Trump entre os republicanos e a Bernie Sanders, senador de Vermont (estado vizinho a New Hampshire), sobre a favorita Hillary Clinton do lado democrata.
Nesta segunda-feira, os dez aspirantes (oito republicanos e dois democratas) a suceder Barack Obama realizavam mais de 35 atos de campanha neste estado, com cerca de 880.000 eleitores, dos quais 44% (398.472) estão inscritos como independentes e, portanto, podem escolher votar em uma ou outra primária.
A história recente diz que nenhum candidato que não termine entre os dois primeiros neste estado chegou à Casa Branca, por isso, terça-feira pode servir como filtro do povoado lado republicano, com nove aspirantes, liderados por Trump e os senadores Ted Cruz (Texas, sul) e Marco Rubio (Flórida, sudeste).
Para Trump, grande surpresa da campanha até o momento, trata-se de apagar a humilhação sofrida em Iowa, onde as pesquisas o davam como vencedor, embora terminado em segundo, atrás do ultra-conservador Cruz (27,7%, contra 24,3% dos votos).
Fogo cruzado republicano
Rúbio, filho de imigrantes cubanos e o mais jovem dos aspirantes à presidência americana, com 44 anos, foi a revelação em Iowa com seu terceiro lugar, próximo a Trump (23,1%).
Contudo, sua ascensão nos últimos dias sofreu um deslize no debate republicano de sábado, em Manchester, marcado por fortes ataques a sua inexperiência executiva.
O senador buscou deixar para trás rapidamente o ocorrido e, nesta segunda-feira, organizou nada menos do que sete atividades desde a manhã, com um ato durante a noite em uma escola de Nashua.
Para candidatos como o ex-governador da Flórida Jeb Bush e o atual governador de Nova Jersey, Chris Christie, a primária desta terça-feira é um "agora ou nunca", após os pobres resultados em Iowa.
A família Bush se mobilizou nos últimos dias por Jeb. Sua mãe, Bárbara, 90 anos, visitou New Hampshire, e o ex-presidente George W. Bush gravou uma propaganda de campanha para seu irmão.
Hillary sob pressão
Hillary Clinton, que busca a nomeação democrata pela segunda vez, após sua derrota diante de Barack Obama em 2008, começou com uma fraca vitória em Iowa (49,8% a 49,6%), que deu brilho à campanha de Sanders, o "socialista" motivador de uma revolução política no país e apoiado pelos mais jovens.
A pressão sobre a ex-secretária de Estado poderá aumentar depois de New Hampshire, onde Sanders tem uma vantagem de 12,8 pontos nas pesquisas, segundo uma média do Real Clear Politics.
No último debate entre ambos, na quinta-feira, em Durham, Clinton e Sanders subiram visivelmente o tom, em particular quando o senador mencionou o dinheiro que Hillary recebeu do banco Goldman Sachs por conferências privadas cujo conteúdo permanece reservado.
No domingo, o ex-presidente Bill Clinton começou a atacar o rival de sua mulher em um ato em Milford, classificando sua campanha de desonesta e suas propostas, de não realistas.