Campanha das eleições no Irã começa com baixo apelo
No pleito serão eleitos, entre 130 candidatos, 65 deputados que vão ocupar cadeiras no Parlamento
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2012 às 20h58.
Teerã - Com pequena repercussão pública e quase nenhum interesse por parte do governo, começou nesta quinta-feira a campanha para o segundo turno das eleições legislativas no Irã , cuja votação será realizada no dia 4 de maio.
No pleito serão eleitos, entre 130 candidatos, 65 deputados que vão ocupar cadeiras no Parlamento. Destes, 25 devem ser escolhidos na circunscrição de Teerã, a maior do país (30 cadeiras), onde no primeiro turno apenas cinco candidatos conseguiram o mínimo necessário de 25% de votos para não comparecer à segunda rodada. Os outros 40 lugares respondem por 32 circunscrições menores.
Um total de 225 cadeiras, 75% delas obtidas por aspirantes ultraconsevadores que apoiam o líder supremo, Ali Khamenei, foram escolhidos no mês passado na primeira votação, na qual a base do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, perdeu grande parte de sua força.
A mudança no ambiente político internacional, com o Irã aparentemente mais próximo ao Ocidente nas conversas sobre a questão nuclear, também acalmou o discurso do regime, que parece esperar um acordo na negociação com as potências do Grupo 5+1, que deverão ser retomadas em 23 de maio em Bagdá.
No primeiro turno, todo o setor oficial da República Islâmica, com o aiatolá Khamenei à frente, se esforçou para demonstrar que uma ampla participação, que segundo os números oficiais foi de 64%, demonstrava o apoio popular ao regime, às vésperas do início das conversas com o 5+1.
Agora, depois do primeiro encontro em Istambul com o 5+1 (grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha), a negociação parece canalizada em certa medida, segundo fontes de ambos lados, e o regime não precisa mostrar mais força e hostilidade ao Ocidente.
Conforme disse à Agência Efe uma fonte diplomática europeia, os cinco negociadores iranianos na reunião de Istambul 'representavam a linha do líder supremo', tradicionalmente reticente a se entender com Ocidente, por isso os avanços em acordos em matéria nuclear, por mais modestos que possam parecer, são importantes.
Inclusive a linguagem de Israel e EUA em relação ao Irã, que há dois meses se centrava em ameaças de ataques militares para conter o programa nuclear iraniano, mudou e se suavizou.
Dentro do Irã, o aparente perdedor das legislativas foi Ahmadinejad, cujo entorno conseguiu uma representação muito baixa no Parlamento, embora a eleição no Irã, na qual os deputados são escolhidos individualmente, embora estejam ligados a partidos ou grupos, possa apresentar surpresas no futuro.
Ahmadinejad e seus partidários, qualificados como 'desviacionistas' pelos fundamentalistas, que os acusam de pôr em dúvida a direção religiosa no regime teocrático muçulmano xiita da República Islâmica, já começaram a encontrar novas dificuldades no Parlamento para desenvolver seu programa de governo.
Assim, com impedimentos em questões orçamentárias e econômicas no legislativo, Ahmadinejad não poderá se apresentar às eleições presidenciais do próximo ano, já que termina em 2013 o segundo período consecutivo que a Constituição lhe permite no cargo.
Hoje em Teerã, na abertura da campanha, que terminará no dia 3 de maio, não se observava nenhum tipo de propaganda, e os jornais sequer comentavam seu início. Poucas emissoras estatais de televisão, de forma breve, informavam que a campanha estava aberta, o que dá uma ideia do desinteresse público.
Teerã - Com pequena repercussão pública e quase nenhum interesse por parte do governo, começou nesta quinta-feira a campanha para o segundo turno das eleições legislativas no Irã , cuja votação será realizada no dia 4 de maio.
No pleito serão eleitos, entre 130 candidatos, 65 deputados que vão ocupar cadeiras no Parlamento. Destes, 25 devem ser escolhidos na circunscrição de Teerã, a maior do país (30 cadeiras), onde no primeiro turno apenas cinco candidatos conseguiram o mínimo necessário de 25% de votos para não comparecer à segunda rodada. Os outros 40 lugares respondem por 32 circunscrições menores.
Um total de 225 cadeiras, 75% delas obtidas por aspirantes ultraconsevadores que apoiam o líder supremo, Ali Khamenei, foram escolhidos no mês passado na primeira votação, na qual a base do presidente, Mahmoud Ahmadinejad, perdeu grande parte de sua força.
A mudança no ambiente político internacional, com o Irã aparentemente mais próximo ao Ocidente nas conversas sobre a questão nuclear, também acalmou o discurso do regime, que parece esperar um acordo na negociação com as potências do Grupo 5+1, que deverão ser retomadas em 23 de maio em Bagdá.
No primeiro turno, todo o setor oficial da República Islâmica, com o aiatolá Khamenei à frente, se esforçou para demonstrar que uma ampla participação, que segundo os números oficiais foi de 64%, demonstrava o apoio popular ao regime, às vésperas do início das conversas com o 5+1.
Agora, depois do primeiro encontro em Istambul com o 5+1 (grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha), a negociação parece canalizada em certa medida, segundo fontes de ambos lados, e o regime não precisa mostrar mais força e hostilidade ao Ocidente.
Conforme disse à Agência Efe uma fonte diplomática europeia, os cinco negociadores iranianos na reunião de Istambul 'representavam a linha do líder supremo', tradicionalmente reticente a se entender com Ocidente, por isso os avanços em acordos em matéria nuclear, por mais modestos que possam parecer, são importantes.
Inclusive a linguagem de Israel e EUA em relação ao Irã, que há dois meses se centrava em ameaças de ataques militares para conter o programa nuclear iraniano, mudou e se suavizou.
Dentro do Irã, o aparente perdedor das legislativas foi Ahmadinejad, cujo entorno conseguiu uma representação muito baixa no Parlamento, embora a eleição no Irã, na qual os deputados são escolhidos individualmente, embora estejam ligados a partidos ou grupos, possa apresentar surpresas no futuro.
Ahmadinejad e seus partidários, qualificados como 'desviacionistas' pelos fundamentalistas, que os acusam de pôr em dúvida a direção religiosa no regime teocrático muçulmano xiita da República Islâmica, já começaram a encontrar novas dificuldades no Parlamento para desenvolver seu programa de governo.
Assim, com impedimentos em questões orçamentárias e econômicas no legislativo, Ahmadinejad não poderá se apresentar às eleições presidenciais do próximo ano, já que termina em 2013 o segundo período consecutivo que a Constituição lhe permite no cargo.
Hoje em Teerã, na abertura da campanha, que terminará no dia 3 de maio, não se observava nenhum tipo de propaganda, e os jornais sequer comentavam seu início. Poucas emissoras estatais de televisão, de forma breve, informavam que a campanha estava aberta, o que dá uma ideia do desinteresse público.