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Cameron promete proteger Reino Unido da "praga" da imigração

Em declarações desde o Vietnã, onde realiza uma visita oficial, Cameron advertiu a imigrantes ilegais que "não encontrarão refúgio" no Reino Unido


	David Cameron em coletiva de imprensa: o Conselho de refugiados do Reino Unido criticou o chefe do governo por utilizar "uma linguagem horrível, irresponsável e desumana para um líder mundial"
 (Oli Scarff/AFP)

David Cameron em coletiva de imprensa: o Conselho de refugiados do Reino Unido criticou o chefe do governo por utilizar "uma linguagem horrível, irresponsável e desumana para um líder mundial" (Oli Scarff/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2015 às 11h36.

Londres - O primeiro-ministro David Cameron garantiu nesta quinta-feira que protegerá o Reino Unido da "praga" de imigrantes que quer entrar no país, com o agravamento da crise no porto francês de Calais, onde dezenas de pessoas tentam diariamente atravessar o Eurotúnel para chegar à Inglaterra.

Em declarações desde o Vietnã, onde realiza uma visita oficial, Cameron advertiu a estes imigrantes ilegais que "não encontrarão refúgio" no Reino Unido, pois o governo britânico tem intenção de deportá-los.

"Isto nos coloca a toda prova, porque tem uma praga de imigrantes que chegam através do Mediterrâneo buscando uma vida melhor, desejando vir ao Reino Unido porque o país tem melhores os trabalhos, uma economia em crescimento, e é um lugar incrível para viver", declarou ao canal "ITV".

"Mas temos que proteger nossas fronteiras trabalhando conjuntamente com nossos vizinhos franceses e isso é exatamente o que estamos fazendo", acrescentou o primeiro-ministro, que prometeu fazer "tudo o que for possível" para que, apesar dos problemas em Calais, os britânicos "possam sair de férias".

O Conselho de refugiados do Reino Unido criticou o chefe do governo por utilizar "uma linguagem horrível, irresponsável e desumana para um líder mundial".

O líder do Partido Trabalhista interino, Harriet Harman, lembrou que os imigrantes "não são insetos" e o acusou de querer "causar divisões e enfrentamento entre as pessoas".

Vários deputados conservadores e o líder do eurofóbico e anti-inmigração UKIP, Nigel Farage, pediram ao governo que envie o Exército para resolver os engarrafamentos e atrasos causados pela crise migratória, que afetam o setor do transporte e os britânicos que tentam atravessar à França para curtir férias.

Farage disse, além disso, que apesar de Cameron ter usado uma linguagem agressiva para "parecer duro", duvida que resolva a situação.

O governo francês enviou 120 policiais à zona de Calais para ajudar a empresa gerente do Eurotúnel a deter os imigrantes que tentam chegar à Inglaterra por esse túnel ferroviário abaixo do canal da Mancha.

Paralelamente, o governo britânico investirá 7 milhões de libras (cerca de 10 milhões de euros) em medidas de proteção para caminhões com destino ao Reino Unido e a instalação de uma nova cerca de segurança -a que foi utilizada na cúpula da Otan de setembro no País de Gales-.

Londres iniciou, além disso, no condado de Kent, onde está o terminal inglês do Eurotúnel, a chamada Operação Stack, que permite aos caminhões estacionar na estrada M20 quando há problemas na fronteira.

Centenas de imigrantes, sobretudo da África e do Oriente Médio, entraram ontem à noite nas instalações do túnel, o que terminou com cerca de 300 detenções, segundo fontes francesas, enquanto calcula-se que mais de 3,5 mil pessoas tentaram atravessar esta semana.

Nos últimos dois meses, nove imigrantes morreram no túnel e nos seus arredores, onde foi levantado um acampamento provisório de imigrantes. EFE

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