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Bulgária, afetada por covid, comparece às urnas pela terceira vez em 1 ano

Hospitais estão saturados e quase 200 pessoas morrem por dia; menos de 25% dos habitantes estão vacinados no país

Eleitor vota em Sófia, capital da Bulgária (AFP/AFP)

Eleitor vota em Sófia, capital da Bulgária (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de novembro de 2021 às 10h27.

Os búlgaros comparecem neste domingo (14) às urnas para as terceiras eleições legislativas do ano, em um momento de alta da pandemia de covid-19 no país com a menor taxa de vacinação da União Europeia (UE).

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Após o fracasso das primeiras eleições, em abril e julho de 2021, que não permitiram a formação de uma coalizão, a terceira será a definitiva?

"Espero que os líderes políticos tenham aprendido a lição e que negociem", declarou à AFP Antony Todorov, professor da Nova Universidade Búlgara.

"Não podemos não ter um governo", disse Boriana Dimitrova, diretora do instituto de pesquisas Alpha Research, que destacou a prioridade para a gestão da crise de saúde.

O governo provisório parece impotente diante do agravamento da situação.

Há várias semanas, os hospitais estão saturados e quase 200 pessoas morrem a cada dia em média vítimas do coronavírus no país, onde menos de 25% dos 6,9 milhões de habitantes estão totalmente vacinados.

A taxa de mortalidade por covid-19 é uma das mais elevadas do mundo, em um contexto de sistema de saúde defasado. Três pacientes morreram na madrugada de domingo no incêndio de um hospital no sudeste do país.

"Há uma sensação de caos", afirma Todorov. A incerteza pesa sobre o crescimento econômico e as previsões para a Bulgária foram reduzidas.

O partido conservador Gerb, do ex-primeiro-ministro Boiko Borisov (que ocupou o cargo em três oportunidades) "se aproveita muito bem da situação", comenta o cientista político. A formação espalhou pela capital cartazes eleitorais com frases "contra a desordem".

As pesquisas apontam Borisov, de 62 anos, com 24% das intenções de voto, o que significa que dificilmente conseguirá governar sem aliados.

Isto abre possibilidades para outros partidos, especialmente para dois novatos na política: Kiril Petkov e Asen Vasilev, dois empresários de 41 e 44 anos, respectivamente, formados em Harvard.

Os dois sacudiram a campanha com o lançamento em setembro de um movimento centrista, "Continuemos a Mudança". Eles afirmam que a meta é "erradicar a corrupção endêmica" no país.

"Há sede de mudança", opina Dimitrova. "Os cidadãos se inclinam a votar nos partidos de mudança que consideram capazes de formar um governo".

As pesquisas apontam que Petkov e Vasilev estão empatados com os socialistas, com 16% dos votos.

Os dois afirmam que estão dispostos a negociar uma coalizão com outros partidos para acabar com esta crise política inédita desde o fim do regime comunista.

"São muito entusiasmados, mas têm pouca experiência", relativizou Dimitrova, que prevê uma coalizão "instável" pelas divergências de opinião entre os partidos que defendem a mudança.

Paralelamente às legislativas, o país mais pobre da União Europeia também escolhe neste domingo o presidente.

Rumen Radev, candidato à reeleição, é o favorito, mas provavelmente terá que disputar o segundo turno, em 21 de novembro, contra o reitor da Universidade de Sófia, Anastas Gerdjikov.

Em 2020, Radev se posicionou ao lado dos manifestantes anti-Borisov. Uma vitória dele pode favorecer uma coalizão contra o ex-primeiro-ministro.

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